Uma propriedade rural localizada em Poxoréo, região leste de Mato Grosso, está sendo alvo de gafanhotos. A nuvem já devastou o pomar e avançava para o milharal e propriedades vizinhas. Preocupado, o produtor rural já acionou órgãos técnicos ligados a agricultura. Técnicos da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) estiveram esta semana na propriedade. Eles estão empenhados em auxiliar o produtor no controle de uma infestação de gafanhoto que vem causando transtorno na região.
Os técnicos da Empaer foram até a propriedade do agricultor Almiro Franco, 83 anos, na terça-feira (04.01). Foi confirmada a intensidade dos ataques dos insetos que consumiram toda a vegetação do local
A propriedade está localizada no Distrito de Alto Coité, a 10 km de Poxoréu e 30 km de Primavera do Leste. Há cinco dias, o produtor percebeu a praga em seu pomar e que avançava para a lavoura do milho. O técnico Fernando Thiago explica que foram recomendadas para o produtor duas opções: o controle químico ou os inseticidas biológicos.
“Uma aplicação aérea com controle químico afetaria as áreas vizinhas por estarem próxima das casas do Distrito. Tem ainda a opção do uso do jato dirigido com bombas motorizadas atingindo a parte mais baixa e que diminui a incidência com a aplicação dos inseticidas biológicos à base de beauveria bassiana ou metarhizium anisopliae. Nesse caso, o processo é mais lento por ser biológico e não atingir os insetos mais desenvolvidos”.
Segundo Fernando, a equipe está empenhada em ajudar o produtor na melhor maneira para controlar a praga. “Já percebemos que os insetos estão seguindo para as propriedades vizinhas e a incidência será maior assim que perceberem o fim da vegetação e buscando mais alimento”.
Primeiro registro
O secretário de Desenvolvimento, Agricultura e Meio Ambiente, José Nilton Pereira dos Santos, disse que é a primeira vez que a cidade registrou uma infestação de gafanhoto. “Logo que recebemos a informação, fomos à propriedade e confirmamos o ocorrido. Já entramos em contato também com uma equipe do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea) para auxiliar em orientações. Percebemos que a nuvem segue para as propriedades vizinhas do senhor Almiro”
O produtor conta que ficou desesperado e sem saber o que fazer. “Eles já comeram toda folhagem das mangueiras, goiabeiras e dos cajueiros. É desolador ver 15 anos de trabalho e dedicação desaparecer em horas. Agora começaram na lavoura do milho. Aqui, é a primeira vez que isso acontece”.
Almiro destaca que logo que buscou orientação foi atendido. “Entrei em contato com a Secretaria de Desenvolvimento, Agricultura e Meio Ambiente e a Empaer e fiquei aliviado quando a equipe esteve na propriedade e garantiu que irá buscar uma solução para o meu problema”.