HOMICÍDIO ENCOMENDADO; Esposa de Toni Flor é condenada a 18 anos de prisão por mandar matar marido

HOMICÍDIO ENCOMENDADO;  Esposa de Toni Flor é condenada a 18 anos de prisão por mandar matar marido
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Ana Claudia de Souza Oliveira Flor foi condenada a 18 anos de prisão, em regime fechado, por mandar matar seu marido, o empresário Toni Flor, em agosto de 2020. O julgamento pelo Tribunal do Júri foi iniciado na manhã desta segunda-feira (17) e se estendeu até a madrugada de hoje (18), durando mais de 17 horas.

A sentença foi proferida pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal de Cuiabá, após decisão do Conselho de Sentença. A magistrada também negou a Ana Claudia o pedido para recorrer em liberdade.

De acordo com os promotores de Justiça que atuaram no júri, Samuel Frungillo e Antonio Sérgio Cordeiro Piedade, as teses defendidas pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso foram acolhidas pelo Tribunal do Júri. Os jurados entenderam que o crime foi cometido com a utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima e mediante paga ou promessa de recompensa.

A tese defendida pela defesa, por sua vez, que pediu a absolvição por inexigibilidade de conduta diversa ou homicídio privilegiado, não prosperou. O homicídio privilegiado ocorre quando o agente comete o crime impelido de importante valor social e moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima.

Consta na sentença, que a acusada e vítima foram casados há 15 anos e tiveram três filhas em comum. “Por razões não esclarecidas a acusada decidiu ceifar a vida da vítima e através da sua amiga e manicure contratou terceira pessoa para executar o seu plano homicida. Concluída a fase da cooptação do executor a acusada passou a articular a ação criminosa diretamente com o executor”, diz a sentença.

A prática do crime, segundo a denúncia do MPMT, foi ajustada pelo valor de R$ 60 mil, sendo que parte do valor foi repassada logo após a ocorrência do homicídio. Além de planejar a morte do marido, indicando detalhes sobre seus hábitos e rotina, a ré apresentou comportamento dissimulado, demonstrando à sociedade e aos familiares da vítima que tinha total interesse em desvendar a autoria do crime.

Consta nos autos, que Ana Claudia comparecia constantemente na Delegacia de Homicídios da Capital solicitando providências da autoridade policial. Chegou, inclusive, a organizar uma carreata, denominada “carreata da Saudade” para cobrar justiça.

Durante o julgamento foram ouvidas testemunhas como o delegado que investigou o caso, a irmã de Toni Flor e também a mãe da vítima, Leonice da Silva Flor. Ela relatou que Toni e Ana viviam “como um casal normal”, mas também brigavam constantemente. Quando o filho lhe disse que pensava em se separar, Leonice afirmou ter dito para que tomasse cuidado, pois Ana “era perigosa”.

“O Toni era um bom filho, um bom irmão, amigo, até tem uns amigos dele chorando lá fora, amigos do coração. Não existe um pai como ele, ele que levava e buscava as crianças na escola. tem foto dele dançando e brincando com as meninas. A Ana nunca foi buscar, nunca deu carinho para as meninas […] Quando brigava com ele, ela dizia para a mais velha ‘vai para seu quarto porque não quero ver sua cara, você tem a cara do seu pai’”, disse a mãe em seu depoimento.

Homicídio

O crime aconteceu no dia 11 de agosto de 2020, por volta das 7h40 da manhã, em frente a Academia JR Fitness, localizada na Avenida Miguel Sutil. A vítima foi atingida por disparos de arma de fogo, chegou a ser socorrida e levada para atendimento hospitalar, contudo o seu quadro evoluiu para óbito no dia seguinte.

Além de Ana Claudia de Souza Oliveira Flor, também foram denunciados pelo mesmo crime Igor Espinosa, Wellington Honorio Albino, Dieliton Mota da Silva e Ediane Aparecida da Cruz Silva. Os autos foram desmembrados em razão da interposição de recurso em sentido estrito.

Fonet: gazetadigital


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