O grupo radical islâmico Hamas afirmou neste domingo (26/11) que o comandante responsável pelo norte da Faixa de Gaza, Ahmed al-Ghandour, e três outros líderes de alto escalão foram mortos durante a ofensiva de Israel no território palestino.
Desde o início do conflito, em 7 de outubro, Ghandour é o integrante mais alto na hierarquia do Hamas a ter a morte confirmada – não foram informados detalhes da data e local de sua morte. O Hamas é considerado um grupo terrorista pela União Europeia, pelos Estados Unidos e outros países.
Acredita-se que Ghandour tinha cerca de 56 anos e havia sobrevivido a pelo menos três tentativas de Israel de matá-lo. O Departamento de Estado americano afirma que ele esteve envolvido em “muitas operações terroristas”, inclusive um ataque em 2006 a um posto militar israelense na passagem de fronteira de Kerem Shalom, que deixou dois soldados israelenses mortos e quatro feridos.
Esse ataque resultou no sequestro do soldado israelense Gilad Shalit, que foi mantido refém do Hamas por cinco anos antes de ser libertado em 2011 em troca da libertação de 1.027 prisioneiros palestinos.
Ghandour – cujo nome de guerra era Abu Anas – havia sido listado pelos EUA em 2017 como um “terrorista global especialmente designado”, o que o colocou em uma lista de sanções econômicas.
Chefe da unidade de foguetes na lista
Em um comunicado, as Brigadas Al-Qassam, o braço armado do Hamas, afirmaram que Ghandour era membro de seu conselho militar. O grupo também mencionou outros três líderes que morreram, incluindo Ayman Siyyam, que, segundo relatos da mídia israelense, era chefe da unidade de disparo de foguetes do Hamas.
“Prometemos a Alá que seguiremos com seu caminho e que seu sangue será uma luz para os combatentes e um fogo para os ocupantes”, disse a declaração.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) já haviam mencionado em um comunicado de 16 de novembro que Ghandour e Siyyam haviam sido mortos em um ataque a um complexo subterrâneo em Gaza.
O anúncio da morte dos líderes do Hamas foi feito no terceiro dia de uma trégua de quatro dias nos combates. Os conflitos começaram em 7 de outubro, quando militantes do Hamas invadiram o sul de Israel, matando 1.200 pessoas e sequestrando cerca de 240 outras, de acordo com as autoridades israelenses.
Israel respondeu com uma campanha militar de bombardeios aéreos e incursões terrestres que matou cerca de 15 mil pessoas, também em sua maioria civis, de acordo com o governo liderado pelo Hamas em Gaza.
Até a manhã deste domingo, no âmbito do acordo de trégua, o Hamas havia devolvido 26 reféns israelenses em dois grupos, e 78 prisioneiros palestinos haviam sido libertados por Israel em troca.
Fonte: dw.com