A Colômbia, segundo país mais populoso da América do Sul, elegeu neste domingo (19/06) seu primeiro presidente de esquerda: Gustavo Petro, que já foi deputado, senador e prefeito de Bogotá e concorria ao cargo de presidente pela terceira vez, prometendo reduzir desigualdades e fortalecer políticas sociais.
Ele derrotou o ultradireitista Rodolfo Hernández, empresário da construção civil e ex-prefeito de Bucaramanga que é muito ativo nas redes sociais e teve como eixo de campanha o discurso anticorrupção.
Petro recebeu 50,5% dos votos e Hernández, 47,3%, segundo o órgão de contagem de votos nacional, diferença de mais de 700 mil votos. Cerca de 22 milhões de pessoas foram às urnas – o voto no país não é obrigatório.
Após a divulgação do resultado, Petro escreveu no Twitter que era um “dia de festa para o povo”. “Que tantos sofrimentos sejam absorvidos pela alegria que hoje inunda o coração da pátria.”
Petro, de 62 anos, chegou a ficar preso por 18 meses nos anos 1980 por sua atividade como membro do grupo guerrilheiro M-19 e hoje se apresenta como um progressista moderado que pretende ampliar o acesso a direitos sociais e proteger o meio ambiente.
A Colômbia terá também sua primeira vice-presidente negra: Francia Márquez, de 40 anos, ativista ambiental e de direitos humanos que se notabilizou ao enfrentar o garimpo ilegal de ouro.
Já Hernández, de 77 anos, construiu uma forte presença em redes sociais e aplicativos de mensagem, como o TikTok e o WhatsApp, para se apresentar como um candidato de fora do sistema político e contra a corrupção – no entanto, ele mesmo é investigado em um processo que apura direcionamento de licitação quando era prefeito, o que ele nega. Entre suas propostas, estava vender aviões e automóveis usados por autoridades e transformar a residência presidencial em um museu.
Em vídeo publicado em uma rede social neste domingo, Hernández reconheceu a sua derrota. “Colombianos, hoje a maioria dos cidadãos escolheu o outro candidato. Como disse durante a campanha, eu aceito o resultado desta eleição”, afirmou.
O atual presidente colombiano, Iván Duque, que governa o país desde 2018, tem baixa aprovação e não emplacou nenhum nome no segundo turno. Ele representa a corrente de direita tradicional, que perdeu força, liderada pelo ex-mandatário Álvaro Uribe, que governou o país de 2002 a 2010.
Fonte: dw.com