Governo dos EUA nomeia procurador independente para investigar Trump

Governo dos EUA nomeia procurador independente para investigar Trump
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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos indicou, nesta sexta-feira (18), um procurador independente para supervisionar as investigações criminais sobre Donald Trump, três dias depois de o ex-presidente anunciar sua candidatura à Casa Branca em 2024.

O secretário de Justiça e procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, designou um procurador especial para as investigações criminais sobre Trump em 18 de novembro de 2022© JOE RAEDLE

A designação é um indicativo de uma longa batalha na Justiça, na qual Trump provavelmente alegará que está na mira do presidente Joe Biden para evitar seu retorno à presidência.

O procurador-geral e secretário de Justiça dos EUA, Merrick Garland, anunciou para a imprensa o nome de Jack Smith, que exerceu o cargo de procurador-chefe no Tribunal Internacional de Justiça (ICJ, na sigla em inglês) em Haia, na Holanda, encarregado de investigar os crimes de guerra no Kosovo.

EUA designam ex-procurador do tribunal de Haia para investigar Trump© Jesus OLARTE

Em um comunicado, Smith prometeu atuar de maneira “rápida, minuciosa e independente”, com base “na lei e nos fatos”.

Trump é investigado por armazenar documentos governamentais que foram encontrados durante uma diligência do FBI em sua mansão da Flórida e por seu envolvimento na invasão do Capitólio, em janeiro de 2021, por uma turba de seus seguidores que pretendia anular os resultados das eleições de 2020

Garland disse que a nomeação de um procurador independente era de “interesse público”, porque tanto o republicano Trump como o democrata Biden já declararam suas intenções de concorrerem à presidência em 2024, embora apenas Trump tenha apresentado sua candidatura oficialmente

“Com base nos últimos acontecimentos, incluindo o anúncio do ex-presidente de que é candidato à presidência […] e a intenção declarada do presidente em exercício de ser também candidato, cheguei à conclusão de que é de interesse público nomear um procurador especial”, disse Garland.

– Justiça e política –

O ex-presidente, por sua vez, tachou de “política” e “injusta” a designação de Smith.

“Passei por isso durante seis anos”, disse Trump ao meio Fox News Digital. “É inaceitável. É [uma decisão] muito injusta. É muito política”, acrescentou.

Em um discurso pronunciado na noite desta sexta-feira em sua residência de Mar-a-Lago, na Flórida, Trump disse que o procurador independente “não investigará de maneira imparcial”.

O ex-presidente também afirmou que “este terrível abuso de poder é o último de uma longa série de caças às bruxas”.

A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que “o presidente [Joe Biden] não estava ciente” da designação do procurador especial.

“Não estamos envolvidos em investigações criminais”, acrescentou, ao ressaltar que o governo não “vai politizar o Departamento de Justiça”.

Caberá ao procurador especial determinar se Trump deve ser formalmente acusado por essas duas investigações. No entanto, seu anúncio de candidatura à presidência na última terça torna mais complicado processá-lo.

O procurador independente poderia ajudar a afastar Garland das acusações de que as investigações seriam politicamente motivadas. Contudo, Smith deverá reportar diretamente a Garland, que terá a última palavra sobre se o ex-presidente deverá ser denunciado por algum crime.

Mesmo que seja denunciado formalmente, Trump ainda poderá ser candidato à presidência. Não existe nenhuma lei nos Estados Unidos que inabilite a candidatura de alguém que está sendo processado.

Durante o seu mandato, Trump foi investigado pelo procurador especial Robert Mueller por obstrução de justiça e possível conluio eleitoral com a Rússia, mas nenhuma denúncia foi apresentada contra o magnata.

O anúncio precoce da candidatura de Trump às eleições de 2024 está sendo visto por alguns analistas como uma manobra para evitar eventuais denúncias na Justiça penal.

Durante o seu mandato de presidente, Trump, de 76 anos, teve dois pedidos de impeachment aprovados pela Câmara dos Representantes: um em 2019 por tentar prejudicar Biden na campanha eleitoral e outro por instigar a invasão ao Capitólio em 2021. Contudo, o ex-presidente foi absolvido em ambos os casos pelo Senado

Fonte:      msn.com


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