O domingo foi focado em Gabigol. Ele foi ovacionado antes mesmo de a bola rolar no Maracanã. Após a final da Copa do Brasil, ele avisou que sairia ao fim de seu contrato, que termina em 2024. Assim, o duelo com o Vitória ganhou um contexto especial. Para o ídolo, agora ele é imortal.
“Feliz. Foi uma passagem histórica. Eu cheguei aqui um menino e acho que hoje é o dia que eu me torno imortal. Daqui a pouco vou ter 30 anos, 35, 40, 90, não vou estar mais na terra, mas o meu nome vai estar aqui para sempre. Então acho que hoje se encerra um ciclo, mas acho que hoje virei uma lenda”, declarou Gabigol, ao SporTV.
A família do atacante acompanhou de perto as homenagens. O Flamengo levou para o Maracanã as taças que o ídolo ajudou a conquistar. Em campo, ele marcou o primeiro do Rubro-Negro.
“A família é o meu alicerce, as pessoas que convivem comigo todos os dias e me conhecem bastante. Eu sou um cara muito tranquilo, às vezes até meio sem graça. Claro que foi um momento especial para mim, jogar o último jogo no Maracanã, fazer gol. Então momento especial para mim, para a minha família. Eu amo muito esse clube, amo muito o Rio de Janeiro. Como falei, eu me torno uma lenda hoje, me torno imortal. Agora é só aproveitar mesmo o que aconteceu com a minha família em casa e quando olhar para trás vai se sempre com sentimento de muita alegria” afirmou Gabigol, que reforçou o lado imortal.
“É difícil achar uma palavra só. A partir desse momento, eu me torno imortal. Daqui a 30, 40, 50 anos, quando falarem do Flamengo vão ter de falar o meu nome e quando falarem o meu nome vão ter de falar do Flamengo”.
Gabigol também voltou a sinalizar uma mágoa com a diretoria. No ano passado, ele encaminhou a renovação de contrato. Entretanto, o Flamengo recuou. Agora, o ídolo vai manter a palavra e mudar de ares.
“Eu tenho palavra, diferentemente de outras pessoas, que não têm palavra. Meu pai me criou, minha mãe me criou como homem. A coisa mais honrosa do homem é ter palavra. Não tiveram palavra comigo, mas a minha palavra é mantida. Eu não vou ficar. O que importa mesmo é o que as ruas falam. Quando eu andar na rua, daqui a dez, 15 anos, ou daqui a 15 minutos, eu vou ser idolatrado, eu vou ser amado e desde quando cheguei eu falei isso. O que me importa é a torcida, são eles. Eu sempre joguei por eles e sempre tentei mostrar que eu queria ser um deles dentro de campo. Foi uma paixão à primeira vista. Desde a primeira vez que pisei no Maracanã eu senti algo que acho que nunca mais vou sentir na minha vida. Então, como falei, o que é importa é a torcida, o que importa é o carinho que eles têm por mim. Eu sou homem e homem tem palavra” disse o camisa 99.
A intensa história de Gabigol com o Flamengo começou em 2019 e foi recheada de gols, títulos e também de momentos difíceis. O balanço é de alegria.
“Sentimento de muita felicidade. Agradecer a todos os treinadores, às tias que limparam meu quarto e fizeram comida para mim, que me ajudaram. O pessoal do staff. É muita gente para agradecer. São seis anos. Creio que foram anos incríveis. Como falei, tiveram jogadores que jogaram pelo Flamengo, mas não sentiram o Flamengo. Eu senti o Flamengo nesses seis anos. Então eu saio muito tranquilo e consciente do que aconteceu. Podem ter jogadores que depois façam mais gols do que eu, ganham mais do que eu, mas o que aconteceu comigo aqui ninguém vai viver mais”, afirmou.
E o adeus, para Gabigol, é um até logo. Ele deseja voltar um dia, como o pai dele falou no Maracanã neste domingo.
“Seria um sonho (voltar um dia). Seria um sonho, confesso. Futebol a gente não sabe o que vai acontecer. Muita coisa aconteceu, mas como falei, sou muito grato e tenho uma promessa com aquele ali (Marcos Braz, vice-presidente de futebol) e ele sabe o que eu prometi a ele e o que ele prometeu para mim. Creio eu que um dia eu acho que volto” encerrou Gabigol, autor de 161 gols e 43 assistências pelo Flamengo em 308 jogos.