FUTEBOL FEMININO: Em jogo equilibrado, Inglaterra vence Brasil nos pênaltis em Wembley lotado

FUTEBOL FEMININO:   Em jogo equilibrado, Inglaterra vence Brasil nos pênaltis em Wembley lotado
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Mais de 83 mil espectadores acompanharam a Finalíssima, preparação para a Copa do Mundo

Jogadoras da Inglaterra correm para comemorar a vitória nos pênaltis sobre o Brasil

Perto do fim do jogo, o telão do estádio de Wembley mostrou, para delírio do público: 83.132 presentes. Chegou perto dos mais de 87 mil torcedores que viram a Inglaterra vencer a Eurocopa no icônico estádio no ano passado –recorde de público na competição no masculino ou feminino– e mostrou a força da modalidade no país.

Com ingressos esgotados desde janeiro, a primeira edição feminina da Finalíssima colocou frente a frente Brasil e Inglaterra, campeãs da Copa América e da Eurocopa. E quem esteve em Wembley não se decepcionou: o que se viu na noite de quinta-feira (6) foi uma partida com todos os elementos do mais alto nível de futebol mundial.

O confronto teve o quinto maior público da história da modalidade e o primeiro em jogos da seleção brasileira. O recorde é de Barcelona e Wolfsburg, pela semifinal da Champions League do ano passado: 91.648 pessoas estiveram presentes.

Antes do apito inicial, as anfitriãs deram uma amostra de respeito às adversárias. A brasileira Formiga levou a campo o troféu, ao lado da britânica Jill Scott. E depois do hino nacional –Richarlison, que joga do Tottenham, apareceu no telão vestindo a camisa da seleção– foi exibido um clipe com momentos da carreira de Pelé. Durante quase um minuto, todos aplaudiram de pé. No fim do vídeo, a mensagem: “em homenagem a Pelé e ao jogo bonito.”

A seleção brasileira tinha desfalques por lesão – entre eles, as atacantes Debinha (que nem chegou a ser convocada), Marta e Nycole e a meio-campo Duda Sampaio, cortadas da lista da técnica Pia Sundhage.

A Inglaterra começou criando chances no ataque e aproveitou a posse de bola, e a torcida da casa pressionava. O primeiro lance perigoso veio aos 13 minutos, quando Lucy Bronze chutou de fora da área e a goleira Letícia fez boa defesa. Minutos depois, Geyse recebeu cruzamento, entrou na área e driblou as marcadoras, mas a zagueira Carter desviou o chute da brasileira.

Aos 23 minutos, as campeãs europeias mostraram por que chegaram a Wembley como favoritas. Bronze entrou na área e cruzou para Ella Toone fazer 1 a 0 Inglaterra. Aos 28, Lauren James marcou, mas a árbitra francesa Stephanie Frappart anulou o gol por impedimento.

Sundhage fez duas alterações no intervalo, colocando Andressa Alves e Adriana. As brasileiras foram superiores no início do 2º tempo, pressionando as rivais. Quase empataram com Geyse, que chutou forte de fora da área e obrigou a goleira Mary Earps a fazer bela defesa.

Parecia que o Brasil não conseguiria transformar as chances em gol, até que, nos acréscimos, Adriana chutou, a goleira inglesa se atrapalhou na defesa e Andressa Alves pegou a sobra, empatando em 1 a 1 e levando a partida para os pênaltis.

Stanway e Adriana marcaram. Letícia defendeu o pênalti de Toone, e na sequência, foi a vez de Earps defender a cobrança de Tamires. Rachel Daly marcou para as inglesas, e a capitã Rafaelle chutou no travessão. Alex Greenwood e Kerolin converteram e Kelly fez o gol do título da Finalíssima para as inglesas, com vitória por 4 a 2 nos pênaltis.

Foi a quarta vez que Brasil e Inglaterra se enfrentaram no feminino, e o histórico de confrontos agora tem três vitorias inglesas e uma brasileira. As anfitriãs chegam a 30 partidas de invencibilidade e nunca perderam sob o comando da holandesa Sarina Wiegman.

A Finalíssima foi também um duelo entre duas das melhores treinadoras do planeta na atualidade. No comando da seleção dos Estados Unidos, Sundhage conquistou dois ouros olímpicos em 2008 e 2012 (ano em que foi eleita melhor técnica do mundo no feminino pela Fifa) e um vice-campeonato mundial em 2011. Treinando a Suécia, seu país-natal, foi prata nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016. Sundhage também fez história em Wembley: como jogadora, foi a primeira mulher a marcar um gol no estádio, em 1989, quando a Suécia venceu a Inglaterra por 2 a 0.

“Naquela época não havia multidões no estádio, coletivas de imprensa, o futebol feminino passou por uma jornada fantástica”, disse Sundhage na véspera da Finalíssima. “Quando eu era jovem, nem tinha jogadoras para me espelhar, os ídolos eram Cruyff ou Beckenbauer. Hoje, é possível citar grandes jogadoras que são inspiração, grandes treinadoras.”

Já Wiegman foi campeã da Euro em 2017 e vice-campeã mundial em 2019 treinando a seleção de seu país. Assumiu a Inglaterra em 2021 e, no ano passado, a conquista da Eurocopa foi o primeiro troféu de uma seleção inglesa desde o título masculino da Copa do Mundo de 1966. Wiegman foi eleita duas vezes melhor treinadora de futebol feminino do mundo pela Fifa.

Para o Brasil, é um momento de testes contra duas das melhores seleções do planeta. A Inglaterra está em 4ª lugar no ranking mundial e a Alemanha, vice-campeã europeia e próxima adversária em um amistoso no dia 11, em Nuremberg, ocupa a 2ª posição. O Brasil viaja para a Alemanha nesta sexta-feira (7).        As partidas são parte da preparação para a Copa do Mundo de futebol feminino, que começa dia 20 de julho na Austrália e Nova Zelândia. O Brasil está no grupo de França, Jamaica e Panamá e estreia no dia 24 de julho contra a seleção panamenha.

Fonte:  diariodecuiaba.com.br


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