FESTA PETISTA: Em tom moderado, Lula lança chapa e fala em ‘defesa da soberania’

FESTA PETISTA:   Em tom moderado, Lula lança chapa e fala em ‘defesa da soberania’
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No ato, foi lançada a chapa com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice-presidente

Divulgação
O lançamento da chapa Lula-Alckmin foi feito na Expo Center, em São Paulo, neste sábado

Bandeiras, filas enormes e gritos de apoio.

O evento de lançamento da pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto começou em clima de festa.

Entre militantes e deputados, o tom era de confiança na disputa pela Presidência da República.

No ato, foi lançada a chapa com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice-presidente.

Lula aparece na liderança das pesquisas de intenção de voto.

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“Até dia 2 de outubro, se Deus quiser”, disse Lula ao final de seu pronunciamento, indicando que vai “percorrer o país”.

Em seu discurso, o ex-presidente adotou um tom moderado —mais ameno que o de Alckmin—, dizendo que o país precisa de calma.

“Nós vamos vencer essa disputa pela democracia distribuindo sorriso, caminho, amor, paz e criando harmonia.”

O ex-presidente fez elogios a Alckmin, falando que o prato lula com chuchu será o “da moda”. Chuchu é um apelido dado ao ex-governador, antigo adversário de Lula.

“Somos de partidos diferentes, fomos adversários. Estou feliz por tê-lo na condição de aliado”, disse.

Para Lula, “o grave momento que o país atravessa, um dos mais graves da nossa história, nos obriga a superar eventuais divergências para construirmos juntos uma via alternativa à incompetência e ao autoritarismo que nos governam”.

“É preciso unir os divergentes para poder enfrentar os antagônicos.”

LEGADO E SOBERANIA – O ex-presidente disse que, “em vez de promessas”, apresentaria “o imenso legado de nossos governos”, citando programas como “Minha Casa, Minha Vida”, “Luz Para Todos”, “Bolsa Família”, entre outros.

Lula também fez uma aposta na “defesa da soberania”.

“É mais do que urgente restaurar a soberania. Mas isso não se resume à importantíssima missão de resguardar nossas fronteiras. É também defender nossas riquezas minerais, nossas florestas, nossos rios, nossos mares, nossa biodiversidade”, disse. Na opinião do ex-presidente, “nossa soberania e democracia são constantemente atacadas pela política irresponsável e criminosa do atual governo”.

Seu pronunciamento foi feito em frente a uma bandeira do Brasil, que, nos últimos anos, ficou associada ao bolsonarismo e à direita.

O PT fez uma aposta no verde e amarelo no evento de lançamento da pré-candidatura.

Ao contrário do que geralmente acontece em seus pronunciamentos públicos, Lula leu praticamente todo o discurso, com improvisos no final e ao fazer a referência a chuchu.

O evento, no Expo Center Norte, na zona norte de São Paulo, marca também a formalização da aliança das federações PT-PCdoB-PV e PSOL-Rede com os partidos PSB e Solidariedade, criando a frente Vamos Juntos Pelo Brasil, a maior formação em torno do ex-presidente desde 1994.

O objetivo do PT é formar uma espécie de “Novas Diretas”, com figurões de diferentes estados e diversos partidos no mesmo palanque “unidos pela democracia”, por meio de uma grande festa que mostre, ao mesmo tempo, as forças política e popular do ex-presidente.

Assim que acabou de discursar, Lula deu as mãos a aliados para cumprimentar o público.

Nesse momento, duas mulheres invadiram o palco e tirar fotos com o ex-presidente.

DEFESA DA CHAPA – Com covid-19, Alckmin não esteve presente no local, mas participou do evento por meio de vídeo.

Em discurso, ele defendeu sua parceria com Lula, de quem era adversário, citando que o governo atual, de Jair Bolsonaro (PL), é o mais “desastroso e cruel” da história do Brasil.

Alckmin disse que será um “parceiro leal” de Lula.

“Sem Lula, não haverá alternância de poder. E sem alternância, não haverá garantias para a nossa democracia. Lula é a única via da esperança para o Brasil. O futuro do Brasil também está em jogo”, disse o ex-governador.

SENTIMENTO POSITIVO – A fila para entrar no centro de eventos quase virava a esquina por volta das 10h — horário marcado para o início do ato.

Diferentemente do clima abatido de 2018, quando o ex-presidente foi preso, os petistas falam em esperança. ”

Neste ano vai ser tudo diferente, estamos com sentimento muito positivo, de esperança. Vai dar certo”, diz a deputada estadual Professora Bebel (PT-SP).

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também estava presente.

Quando subiu ao palco, os presentes levantaram das cadeiras e aplaudiram enquanto os militantes gritavam “Dilma, guerreira da pátria brasileira”.

No fim do discurso, Lula se dirigiu a Dilma, que estava na lateral do palco.

“Que bom que você está aqui. Você não vai ser minha ministra, mas vai ser a minha companheira em todos os momentos.”

O anúncio dos ex-prefeitos paulistanos Fernando Haddad (PT) e Luiza Erundina (PSol) —atual deputada federal— no palco também causou fortes aplausos do público.

Haddad e o também pré-candidato ao governo de São Paulo, Márcio França, (PSB) ficaram em lados opostos no palco.

Quando nome de França foi anunciado, um grupo menor, ao fundo, gritou “Retira! Retira [a pré-candidatura ao governo]!”.

Estima-se que cerca de 4 mil pessoas estiveram no local.

Militantes de todo o país foram convocados e parte teve de ser barrada por falta de espaço.

A bancada do PT no Congresso e governadores, ex-governadores e pré-candidatos do PT e partidos aliados estiveram presentes.

Fonte:      diariodecuiaba.com.br


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