Para chegar a esse total, leva-se em conta a estimativa de embarques de 78,500 mi de t de soja, recuo de 8,8% na comparação com o ano anterior; 18,260 mi de t de farelo de soja (+5,8%); e 1,520 mi de t de óleo de soja (-8,3%).
Dois fatores explicam essa redução ante 2021: queda da safra deste ano, atualmente avaliada em 126,587 mi de t, 9% aquém do montante colhido na temporada anterior; e retração do consumo no ano comercial 2021/22, finalizado em 31 de agosto.
Em relação à receita, projeta-se recorde, já que há expectativa de crescimento nos preços médios do complexo soja. Neste levantamento, a previsão total foi revisada para US$ 57,420 bilhões, o que significaria alta de 19,2% ante o recorde de US$ 48,160 bi do ano passado. Seriam US$ 45,925 bi decorrentes das vendas de soja em grão (+18,6%); US$ 9,040 bi das comercializações de farelo (+22,3%); e US$ 2,455 bi das vendas de óleo (+20,6%).
“O quadro de preços mais firme está associado à retração nos estoques mundiais e dos Estados Unidos na temporada 2021/22, à solidez na demanda chinesa e às fortes perdas na produção da América do Sul”, explica Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de pesquisa da DATAGRO Grãos.
Essa indicação de receita maior a ser obtida deve contribuir para a elevação na
participação do complexo soja na pauta geral das exportações do Brasil. Considerando uma receita total de US$ 330,000 bi, o setor contribuiria com 17,4%, acima dos 17,2% do recorde do ano anterior e superando com folga os 14,6% da média de participação dos últimos 10 anos.
Primeiras projeções para 2023
Primeira estimativa da DATAGRO para as exportações brasileiras do complexo soja em 2023 aponta para avanço no volume e valor na comparação com 2022.
“Isso porque, mesmo com a expectativa de alguma retração nos preços médios em todo o complexo no próximo ano, devemos observar bom aumento nos volumes embarcados, combinando safra maior e boa demanda”, explica França Junior.
O total de saídas externas está projetado inicialmente em 115,000 mi de t, montante 17% acima do estimado para este ano. Seriam 95,000 mi de t de soja em grão (+21,0%); 18,500 mi de t de farelo (+1,3%); e 1,500 mi de t de óleo de soja (-1,3%).
Os números iniciais de receita indicam US$ 62,885 bi, que, caso seja concretizado, representaria aumento de 9,5% sobre o ano atual, sendo distribuído dessa maneira: US$ 52,250 bi de soja em grão (+13,8%); US$ 8,325 decorrentes das vendas de farelo (-7,9%); e US$ 2,310 bi derivados das comercializações de óleo de soja (-5,9%).
“Apesar dos ganhos nos volumes, temos a estimativa de limitação nos ganhos de receita por conta da previsão de preços médios um pouco menores”, explana França Junior.
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Fonte: cenariomt.com.br