O preso por duplo homicídio Silvio Junior Peixoto chegou a Cuiabá na manhã desta sexta-feira (28) para os demais procedimentos investigatórios. Em entrevista coletiva hoje, o delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que Silvio não tinha experiência com o manuseio de armas de fogo, nunca havia matado alguém e só aceitou cometer o crime no Shopping Popular porque tem dívidas muito altas.
Com a prisão de Silvio, as investigações agora partem para outra fase: a de identificação dos mandantes. Do que já foi investigado, a polícia ainda não sabe o motivo ou quem deu a ordem para matar o empresário Gersino Rosa dos Santos. A morte de Cleyton de Oliveira de Souza Paulino teria sido acidental.
“Em relação à motivação. Ele não soube trazer, ele só confessou a prática dos delitos, disse que realmente foi ele, que foi contratado e ganhou R$ 10 mil para que executasse esse homicídio. Então era essa a situação. Segundo ele, tinha dívidas muito altas e precisava muito de dinheiro, o que levou ele a ter essa coragem”, contou o agente.
O titular da DHPP disse que Silvio revelou nunca ter matado outra pessoa, mas foi verificado que tinha passagem por crime de estelionato. O acusado disse que mora em Uberlândia (MG) e nunca tinha estado em Cuiabá, veio apenas para cometer o crime e retornou diretamente para Minas Gerais, provavelmente com apoio do mandante.
“Como viram ali nas imagens, ele não é uma pessoa com segurança, não é um executor assíduo, foi a primeira vez que ele praticou este tipo de crime. Nas imagens dá para ver que ficou com medo, quase desistiu de executar, porém, ele toma coragem e executa. Então realmente deu para ver que no interrogatório ele estava falando a verdade”, disse o delegado.
Silvio disse que nunca havia utilizado uma arma como aquela, apenas já havia atirado com uma espingarda. No entanto, o delegado afirmou que ele tinha conhecimento sobre armas de fogo e assumiu o risco ao atirar com uma 9mm tão perto da vítima.
“Falou que nunca tinha utilizado [aquela arma], no máximo uma espingarda que ele já tinha usado, mas não tinha costume de usar arma de fogo e talvez foi por este motivo que ele chegou tão perto para efetuar o disparo, porque ele não sabia manusear […] Ele tem um conhecimento de arma, ele explicou o tipo de arma que foi entregue a ele, ele tinha conhecimento que era uma 9mm, […] usar uma 9mm dentro de um shopping lotado ali, com certeza sabia que poderia acertar mais pessoas”.
O contratante seria um conhecido de Silvio da cidade de Uberlândia. Nilson Farias ainda revelou que ele estaria com receio de quem o contratou e por isso a polícia acredita que seja alguém perigoso.
“Ele informa que quem o contratou, entregou a arma e assim que acabou de ocorrer o homicídio essa pessoa recolheu a arma e pagou o valor que ele foi contratado”, disse o delegado.
A DHPP agora segue para verificar se o crime tem relação com organização criminosa, contrabando de cigarros, agiotagem ou até mesmo crime passional. A única confirmação do acusado, até o momento, é que matou as vítimas e recebeu R$ 10 mil para isso.
Fonte: www.gazetadigital.com.br