Ex-governador de SP critica penas a condenados pelo 8/1, mas rechaça ‘demonização’ do STF

Ex-governador de SP critica penas a condenados pelo 8/1, mas rechaça ‘demonização’ do STF
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“Demonizar o STF não me parece um bom caminho para o país”, ponderou o empresário e ex-governador de São Paulo, João Doria, que se posicionou diante da atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à competência dos Poderes e pediu “ponderação e reflexão”. No entanto, o ex-político discorda das penas aplicadas pela corte aos participantes dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. A fala foi feita durante entrevista coletiva em visita a Mato Grosso na quarta-feira (19).

“Cada poder tem que ter sua independência, é preciso compreender e respeitar isso, e também os erros e acertos. O Legislativo acerta, mas também erra, o Executivo acerta mas também pode errar, o mesmo em relação ao Judiciário. É preciso ter ponderação, reflexão e retroagir quando necessário”, complementou.

Doria evitou tecer críticas mais firmes ao Judiciário, mas avaliou que concorda com o posicionamento do governador Mauro Mendes (União Brasil) em ter participado do ato de 16 de março, realizado por bolsonaristas em prol da anistia a presos e condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 durante a invasão a sede dos Três Poderes em Brasília.

Para ele, seu pensamento segue alinhado ao de Mendes na medida que questiona as penas aplicadas aos manifestantes, as quais considerou “exageradas”.

“O ato de 8 de janeiro merece condenação. Ninguém pode aprovar invasão de propriedade pública e de Poderes e destruição de patrimônio público. Isso não é razoável. Merece ser condenado pela Justiça, mas punição de 16, 17 anos é exagerada, forte demais, merecem punição, mas não em patamar tão forte. […] A pena que está sendo aplicada, ela é muito desproporcional”, endossou.

Lembrado de desentendimentos na sua gestão na mesma época em que Jair Bolsonaro comandava o país, o empresário esclareceu que não se colocou em posição de antagonista do ex-presidente, mas destacou que teve postura diferente da adotada pelo mandatário em meio a pandemia de covid-19 durante.

“Eu fui um defensor da saúde, da ciência e da vida. Eu me posicionei a favor da vacina. Me posicionei a favor das medidas de isolamento que protegiam as pessoas do contágio da covid-19. Aliás, posição essa adotada aqui pelo governo do Estado de Mato Grosso também e vários outros governadores adotaram a mesma posição. Isso não implicava em estabelecer o antagonismo de ordem política, mas a defesa da ciência da vida e da vacina”, explicitou.

 

 

 

Fonte: www.gazetadigital.com.br


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