Os Estados Unidos pretendem contribuir com o Fundo Amazônia com uma doação inicial de 50 milhões de dólares (R$ 270 milhões), declarou um diplomata brasileiro, nesta sexta-feira (10/02), sob anonimato, à agência de notícias Reuters, após o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden na Casa Branca.
O comunicado conjunto divulgado após a reunião não especifica um valor, mas indica que os EUA anunciaram a intenção de fornecer recursos para programas de proteção da Amazônia brasileira, incluindo apoio inicial ao Fundo Amazônia.
O valor oferecido pelos EUA é bem inferior aos cerca de R$ 3 bilhões já aportados pela Noruega e também aos 200 milhões de euros oferecidos recentemente pela Alemanha, no âmbito da visita do chanceler federal Olaf Scholz ao Brasil.
À saída da Casa Branca, Lula disse que não falou especificamente sobre o Fundo Amazônia com Biden, mas sobre a importância de os países ricos financiarem ações de preservação ambiental em países em desenvolvimento.
“Eu queria muito que o presidente Biden participasse na construção de um fundo com todos os países desenvolvidos do mundo para que possamos cuidar melhor do nosso planeta. O que queremos mesmo é extrair da biodiversidade amazônica algo que possa significar uma melhora na qualidade de vida das 25 milhões de pessoas que lá vivem”, destacou.
Mesmo assim, o presidente brasileiro se disse convencido de que os EUA vão participar. “Senti muita vontade [de Biden]. O que posso afirmar é que ele vai participar do fundo amazônico”, declarou Lula.
Recursos suspensos
O Fundo Amazônia foi criado em 2009, no governo de Lula, para ajudar no combate ao desmatamento da floresta e é financiado principalmente pela Noruega e também pela Alemanha.
Contudo, esses dois países congelaram suas contribuições para o fundo devido ao avanço do desmatamento na Amazônia no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas manifestaram o desejo de retomá-las com Lula de volta ao poder.
Na comitiva de Lula na Casa Branca estavam os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Anielle Franco (Igualdade Racial), além do assessor especial Celso Amorim e do secretário Marcio Elias Rosa.
Do lado americano estavam presentes o secretário de Estado, Antony Blinken, do Tesouro, Janet Yellen, além do enviado especial para o clima, John Kerry, e do conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan.
Fonte: dw.com