Estrela de Belém: como a ciência explica o fenômeno que simboliza o Natal

Estrela de Belém: como a ciência explica o fenômeno que simboliza o Natal
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Imponente no topo da maioria das árvores de Natal do mundo, a estrela de Belém é o símbolo máximo da festa cristã. Segundo o evangelho de São Mateus, três homens vestidos de forma majestosa teriam vindo do Oriente seguindo uma estrela especial que, pela sua aparência majestosa e movimento, foi interpretada como sinal do nascimento de um novo rei.

Mas ao buscar compreender o fenômeno sob outra perspectiva, que não o ‘licença poética’ do apóstolo, que não foi testemunha do nascimento de Jesus, a estrela pode ter sido um pouco diferente da descrita nos textos sagrados. Para conferir maior credibilidade à Bíblia, vários teólogos e muitos astrônomos associaram a aparição da estrela de Belém a fenômenos naturais. Veja abaixo uma lista das associações mais conhecidas.

1 – A estrela de Natal foi uma explosão de supernova?

O único registro de supernova ocorreu quase 200 anos após o nascimento de Cristo.

Uma das teorias mais conhecidas é de que os Magos viram a explosão de uma supernova, e foi proposta pelo astrônomo alemão Johannes Kepler, formulador da lei sobre os movimentos planetários, no século XVIII. No entanto, não há registros de tal evento, resultante da morte explosiva de um estrela, no Ocidente.

E, ainda que um fenômeno de tal magnitude tivesse passado despercebido, os astrônomos atuais examinam vestígios de supernovas antigas, estimando seu pico de brilho. Nesse sentido, o único registro visível na Terra na época do nascimento de Jesus Cristo ocorreu no ano de 185 d.C. e foi registrada por astrônomos chineses.

2 – A estrela de Belém teria sido, na verdade, um cometa?

A foto do, cometa Leonard foi tirada na noite de Natal de 2021.

A explicação de que a estrela de Belém era um cometa é mais antiga, e remonta ao teólogo cristão Orígenes, que viveu no século III. Os pontos que corroboram a favor dessa teoria, são: registros chineses de um potencial cometa no ano 5 a.C., e o fato de esse objeto espacial se mover pelo céu, conforme visto pelos Magos.

No entanto, na época os cometas eram considerados presságios do mal e de má sorte, tanto pelos chineses, como pelos Magos que eram astrólogos do Oriente. Se avistassem um cometa, provavelmente esses sábios correriam para a direção oposta.

3 – A teoria da conjunção Júpiter-Saturno

A conjunção Júpiter-Saturno do ano 7 a.C. foi semelhante a que ocorreu em 2020.

Kepler também propôs que foram as conjunções próximas de Júpiter e Saturno as responsáveis pela criação da “estrela”. Quando os astrônomos atuais retroagem o movimento dos planetas usando alguma simulação computacional, é possível observar que, no ano 7 a.C., Júpiter e Saturno tiveram três conjunções na constelação de Peixes.

Como os planetas se movem em diferentes velocidades, e se localizam a grande distâncias um do outro, muitas vezes parecem se sobrepor no céu noturno e dão a ilusão de estarem parados ou se movendo para trás (movimento retrógrado). Dessa forma, se as três conjunções tivessem ocorrido em um período relativamente próximo, seria possível que os magos astrólogos as interpretassem como prenúncio de algo grandioso.

4 – Seria a estrela do Natal um ponto estacionário de Júpiter?

Duas vezes por ano, Júpiter aparenta parar no céu.

Muitas vezes Júpiter, em seu aparente “passeio” pelos céus, parece se mover no sentido leste-oeste. Os movimentos relativos da Terra e dos outros planetas simulam uma desaceleração e até mesmo uma parada desse movimento. A ilusão, que ocorre entre o aparente movimento retrógrado e o movimento real do planeta, é chamada de ponto estacionário.

É possível, conjeturam alguns astrônomos, que um desses pontos retrógrados pode ter ocorrido exatamente sobre a cidade de Belém, à mesma hora e durante várias noites. Apesar de o movimento ocorrer como descrito no Novo Testamento, a hipótese é pouco plausível porque esse fenômeno ocorre pelo menos duas vezes por ano, o que o torna pouco especial.

5 – Uma possível conjunção de Júpiter, Régulo e Vênus

Régulo (regulus em latim) significa “pequeno rei”.

Finalmente, há uma famosa conjunção, que aparece como hipótese para explicar a estrela de Natal, menos pelo seu conteúdo astronômico em si, e mais pela simbologia: trata-se do encontro entre os planetas Júpiter e Vênus, e a estrela Régulouma das mais brilhantes do céu noturno.

Nesse casa, ao brilho natural da estrela, se junta o contexto de Júpiter, cujo significado em hebraico (Sedeq) é traduzido como “justiça”, e como “rei” na mitologia romana. Já Régulo pode ser traduzido do latim como “príncipe” ou “pequeno rei”, enquanto Vênus é o símbolo universal de amor, fertilidade e nascimento.

Gostou do conteúdo? Então, fique por dentro de mais curiosidades como essa aqui no TecMundo e aproveite para descobrir a escala real dos planetas do Sistema Solar.

Fonte:    tecmundo.com.br


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