A partir da construção do espaço e atividades sensoriais adaptadas ao currículo, o Jardim Sensorial se constitui como mais um complemento ao ensino na escola
Ter plantas na escola é uma maneira de entrar em contato com a natureza, de aguçar os sentidos, promove o equilíbrio e despertar o aprendizado. Essa foi a meta da professora Carla Nunes Trevisan, ao criar um Jardim Sensorial na Escola Estadual professora Maria Helena de Araújo Bastos, em Poconé.
O espaço foi criado em parceira com o Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (Profept), do IFMT, Campus Cuiabá – Coronel Octayde Jorge da Silva, e será inaugurado no dia 03 de junho, às 08h30. Carla Nunes optou por plantar ervas medicinais, aromáticas e de uso culinário com objetivo de oferecer uma experiência sensorial que reporte ao cotidiano de cada pessoa.
A finalidade da pesquisa surgiu a partir da experiência profissional de pesquisadora como professora em salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE), onde conviveu com alunos com as mais diversas deficiências, bem como, em sua trajetória profissional sempre fomentou os direitos da pessoa com deficiência e a inclusão escolar. Ao entrar no Mestrado, a professora buscou conciliar a pesquisa com a realidades das escolas e buscou instrumentos que estimulassem os alunos de Sala de Recurso Multifuncional.
“Qualquer pessoa pode se beneficiar desse contato com a natureza, adequando o cultivo às espécies que favoreçam a percepção e o uso dos sentidos”, afirma a professora. Segundo ela, a partir da construção do espaço e atividades sensoriais adaptadas ao currículo, o Jardim Sensorial se constitui como mais um complemento ao ensino na escola.
Ela desafia os alunos a fechar os olhos, tocar as plantas com consciência, inspirar profundamente e provar novas sensações. A mestranda salienta que, além das sensações e emoções, a consciência corporal, a percepção, a concentração, o equilíbrio, a coordenação motora e o conhecimento de ciências e meio ambiente.
O que a inspirou a investir no Jardim Sensorial como proposta de conclusão do Mestrado, foi um espaço semelhante existente na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). “Ao abordar a estimulação sensorial dos alunos com deficiência e elementos da natureza, torna palpável o atendimento às diversidades compreendendo os sentidos inclusivos”.
A professora acredita que incluir pessoas com deficiência em escolas regulares e em espaços que possam desfrutar, sem que para isso sofram constrangimentos ainda é um desafio constante enfrentado por todos os atores deste processo. “Por meio desse espaço, as abordagens pedagógicas podem ser inúmeras e os conteúdos formais serão os mesmos, porém, em um ambiente descontraído, estimulando sua curiosidade”, finalizou.