Bancada feminina na Assembleia Legislativa de Mato Grosso ganhou uma nova deputada, a geóloga e professora Sheila Klener Jorge de Souza (PSDB), que tomou posse durante a licença do titular Carlos Avallone (PSDB). Ela assumiu cadeira no Legislativo este mês.
Sheila Klener é a 14ª mulher a ocupar uma cadeira na Assembleia e, com a posse, a Casa volta a contar com duas deputadas. Fato que não acontecia há 8 anos.
No parlamento estadual, ela pretende lutar, especialmente na defesa do tratamento da igualdade de gênero e pautas femininas, como combate ao machismo e violência contra a mulher.
GD: Como a senhora se sente em ocupar uma cadeira em um parlamento que é predominantemente masculino?
Sheila: É muito importante a minha passagem aqui no parlamento, porque mostra que nós mulheres temos capacidade de contribuir com a formação de políticas públicas para o desenvolvimento do nosso Estado e para o reconhecimento da mulher.
GD: A senhora assume temporariamente na Assembleia. Qual marca a deputada Sheila Klener deseja deixar na Casa de Leis?
Deputada: Pretendo deixar a luta pela igualdade de gênero, busca de oportunidade para mulher, pela valorização do servidor público, pelo desenvolvimento do Estado em emprego e renda e a necessidade de verificar as peculiaridades de cada região e não somente colocar Mato Grosso só no bolo do agronegócio.
GD: A senhora propôs a criação de observatório sobre a violência contra a mulher. O que fazer para que propostas como essa traga resultados práticos?
Sheila: Vamos realizar audiências públicas com mulheres do sistema de Segurança, do sistema Judiciário e que estão engajadas nessa luta. Dessa ação, eu tenho certeza que a partir dai vai sair uma agenda propositiva para a valorização da mulher e do combate à violência de gênero.
GD: Recentemente tivemos o trágico caso da advogada Cristiane Castrillon, 48, que foi morta pelo ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, 49. Em sua opinião, o sistema estadual ainda peca em desenvolver ações efetivas para evitar tragédias como essa?
Sheila: É um conjunto de fatores que culmina nisso, principalmente na impunidade e na educação. É necessário mostrar para as crianças desde pequena que a mulher é igual a todos e que deve ser tratado da mesma forma, que a mulher pode trabalhar onde ela quiser. É importante que as medidas sejam efetivas e que a população fique de olho nesse tipo de crime.
GD: Na atual legislatura, a Assembleia possui apenas a deputada Janaina Riva (MDB) como mulher e titular de uma cadeira na Casa de Leis. A senhora acredita que se houvesse mais mulheres no parlamento, as políticas femininas seriam melhores?
Sheila: Tenho certeza, nós sabemos as nossas dores, as nossas necessidades e lembrando que por sermos mulheres, nós temos uma visão mais humana do sistema. Não que os homens não tenham, mas é importante que tenhamos nossa representatividade.
Fonte: gazetadigital