Prefeitura desligou mais de 700 servidores temporários e serviços foram prejudicados nas unidades
O vereador de Cuiabá Dilemário Alencar (Podemos) afirmou que o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) se utiliza de uma suposta “emergência” na área da Saúde para não realizar concursos públicos. Para o vereador, o caos noticiado diariamente tem como culpado o gestor.
Na quarta-feira (20), A Prefeitura de Cuiabá demitiu 721 servidores temporários da Secretária de Saúde. A exoneração atendeu a uma decisão do Tribunal de Justiça, proferida em novembro do ano passado, segundo a qual o Executivo não poderá fazer novas contratações temporárias sem justificativa e critério na Secretaria de Saúde.
De acordo com Dilemário, antes mesmo da ordenação do TJMT, o Ministério Público do Estado (MPE) em 2018 também já havia alertado o prefeito sobre a urgência em realizar concurso e processo seletivo para a Saúde.
“Há quatro anos o Ministério Público vem cobrando o prefeito sobre a necessidade de concurso para a contratação de médicos e enfermeiros para evitar o uso político da saúde”, disse o vereador.
“Aliás, o Poder Judiciário em 2021 afastou Emanuel Pinheiro do cargo devido a este motivo. Entretanto, ao invés do prefeito atender a Justiça, ele de forma descarada usa da artimanha de produzir ‘emergência fabricada’ na saúde para não realizar o concurso”, disse o vereador Dilemário.
O parlamentar se refere a decisão no âmbito da ação judicial que resultou na Operação Capistrum, que chegou a afastar Emanuel do cargo por mais de 30 dias.
Ele é acusado de ter utilizado contratações de servidores temporários e pagamento de “prêmio saúde” como forma de pagar ou manter favores a aliados políticos.
Após as demissões dos servidores, Dilemário foi até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Pascoal Ramos e constatou a deficiência no prejuízo da prestação de serviços aos cuiabanos.
“Desobediência recorrente”
O parlamentar disse ainda, que ao enfrentar o Ministério Público e o Poder Judiciário, Emanuel demonstra que quer manter o esquema de nomeações políticas na Saúde.
“A desobediência recorrente do prefeito faz crer que o objetivo dele é continuar o esquema de contratação de cabos eleitorais na Saúde para ajudar os candidatos apoiados por ele na eleição deste ano”.
“Emanuel tem que ser punido por essa situação, pois certamente pessoas podem chegar a óbito por falta de atendimento nas unidades de saúde. Na atual gestão virou rotina a falta de médicos, remédios, exames e leitos de UTI, mesmo a Secretaria de Saúde tendo orçamento anual de R$ 1,4 bilhão”, concluiu o vereador Dilemário Alencar.
Fonte: www.midianews.com.br