Dois manifestos da sociedade civil com milhares de assinaturas serão lidos durante o ato
Os atos em defesa da democracia marcados para hoje na Faculdade de Direito da USP , no Largo de São Francisco, em São Paulo, devem reunir cerca de 8 mil pessoas, segundo a organização e a Secretaria de Segurança Pública. O evento consagra a mais organizada reação da sociedade civil ao discurso autoritário de Jair Bolsonaro (PL). Os dois manifestos que serão lidos no local foram organizados depois que o presidente reuniu embaixadores no Palácio da Alvorada para repetir ataques sem provas às urnas eletrônicas e ao Tribunal Superior Eleitoral. Ambos os textos, embora não citem Bolsonaro diretamente, defendem o Judiciário.
Os documentos, que movimentaram os mundos jurídico, empresarial, artístico e político nas últimas semanas, foram criticados pelo presidente, que chamou os signatários de “sem caráter”.
Estão previstos discursos de 14 pessoas nesse primeiro ato, entre eles o ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, o ex-presidente da Fiesp Horacio Lafer Piva, a presidente da OAB-SP, Patrícia Vanzolin, e o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias. Também falam representantes das três maiores centrais sindicais: Telma Aparecida, CUT-SP; Miguel Torres, presidente da Força Sindical; e Enilson Simões, vice-presidente da UGT.
Às 11h30, no pátio da faculdade, será lida a “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito”, organizada por juristas e que recebeu mais de 868 mil assinaturas. Entre as adesões, estão as de dez ex-ministros do Supremo Tribunal Federal, além de empresários, artistas e políticos.
O texto é a reedição da “Carta aos Brasileiros”, lida em agosto de 1977 pelo professor de Direito Goffredo Telles Junior no Largo de São Francisco. À época, a carta denunciava o autoritarismo e a ilegitimidade da ditadura e o estado de exceção no qual o país se encontrava.
Fonte: ultimosegundo.ig.com.br