Uma das queixas mais comuns da maioria das pessoas é a dor de cabeça. Muitas vezes elas chegam a ser cotidianas, e, principalmente nesses casos, não devem ser minimizadas ou ignoradas.
As cefaleias, como são chamadas pelos profissionais de saúde, são o motivo pelo qual 3 a cada 10 pacientes buscam atendimento de emergência, e representam metade de todos os atendimentos em consultórios de neurologistas.
Problemas como a enxaqueca, que inclui a dor de cabeça entre outros sintomas, atingem cerca de 324 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse número é quase duas vezes a população do Brasil inteiro.
A maioria das cefaleias não tem causas que possa ser diretamente relacionadas ao histórico do paciente, nem a exames físicos, clínicos ou laboratoriais. Geralmente o diagnóstico é feito apenas com base nas queixas, exceto em casos que pareçam indicativos de problemas mais graves.
É porque a maior parte dos quadros clínicos das dores de cabeça pertence ao tipo primário. Essas não têm grande gravidade, apesar de serem frequentes, e não causam maiores danos à vida do paciente. Por isso o tratamento costuma ser feito apenas para aliviar os sintomas.
Já os casos secundários exigem mais cuidado e atenção do médico. Eles costumam ser provocados por doenças mais graves. Podem ser detectados pelo histórico, exames físicos, clínicos ou laboratoriais. Nestes casos, a dor pode ser consequência de uma agressão ao organismo, de ordem geral ou neurológica.
Enxaqueca
Uma dor de cabeça intensa e pulsante é um dos indicativos de enxaqueca. O mal-estar pode vir acompanhado de náuseas, vômitos, tonturas e sensibilidade à luz solar. A intensidade pode variar de casos moderados a severos.
Normalmente incide sobre apenas um dos lados da cabeça. Nos quadros clínicos mais graves prejudica a visão, causa sensibilidade a certos cheiros e dificuldade de concentração. As causas da enxaqueca ainda não são totalmente conhecidas.
Costuma ser tratada com analgésicos e anti-inflamatórios, como paracetamol, ibuprofeno ou aspirina. Esses medicamentos visam o alívio dos sintomas. Também podem ser receitados remédios vasoconstritores, como Zomig, Naramig ou Sumax, que bloqueiam a dor.
Dor de cabeça tensional
Assim como a enxaqueca, a dor tensional é um tipo primário de cefaleia. Ou seja, ela ocorre com frequência maior, mas com menos gravidade. Pode ser causada pela postura ruim, torcicolos, estresse ou ansiedade.
A dor costuma ser leve ou moderada e gera a sensação de pressão sobre os dois lados da nuca ou testa. Pacientes costumam associar o mal à sensação de estar usando um capacete apertado na cabeça.
O problema pode ser aliviado com massagens no couro cabeludo ou por atividades relaxantes para os músculos, como banho quente e atividade física leve. Para aliviar as dores são usados analgésicos, como a aspirina.
Sinusite
Essa doença se caracteriza pela inflamação dos chamados seios nasais, região que vai desde o entorno do nariz até a nossa testa. Quando estão inflamados costumam causar dor de cabeça e acúmulo de catarro.
A sinusite é caracterizada pela inflamação dos seios nasais.
Outros sintomas da sinusite incluem dor na região do nariz ou em volta dos olhos, corrimento, congestão nasal, tosse, febre e mal-estar. Os pacientes também podem estar susceptíveis a infecções, e nesses casos é necessário fazer um tratamento com antibióticos.
Nos demais quadros, o uso de anti-histamínicos como loratadina ou cetirizina, por exemplo, dá conta do recado. Podem ser usados também descongestionantes como a fenilefrina e analgésicos como o paracetamol.
Cefaleia em salvas
Essa é uma doença rara que leva à ocorrência de crises de dores de cabeça muito fortes. Costuma atingir apenas um lado do rosto e olho e, na maior parte das vezes, durante o sono. Em alguns casos, a dor se repete várias vezes ao longo do dia.
Corrimento nasal, inchaço da pálpebra e vermelhidão e lacrimejamento do olho do mesmo lado da dor são outros sintomas que podem surgir nos casos de cefaleia em salvas. Não é possível saber quando uma crise vai passar, mas depois que os sintomas acabam podem passar meses ou até anos até que voltem novamente.
A doença não tem cura. O tratamento indicado tem o objetivo de apenas aliviar os sintomas e diminuir a frequência das crises. É feito o uso de alguns medicamentos como anti-inflamatórios não esteroides, opioides e, em alguns casos, uso de uma máscara de oxigênio.
Cefaleias secundárias
Qualquer dor de cabeça muito grave pode ser causada por uma ruptura de aneurisma cerebral, trombose venosa (comum após covid-19 ou infecção por H3N2), pelo uso de anticoncepcionais, em casos de meningite, ou como consequência da hipertensão.
Dores muito fortes são um indicativo de problemas mais graves. Não hesite em consultar um médico.
Já dores que vão piorando com o passar dos meses podem ser indicativo de ocorrência de tumores, hidrocefalia ou hematomas pós-traumáticos. Quando ocorrem após os 50 anos, também pode indicar suspeita de inflamações, infecções, hemorragias ou AVC.
Também pode indicar desordens neurodegenerativas como o Alzheimer e o Parkinson. Nesses casos, os pacientes devem ficar atentos a outros sintomas como rigidez de nuca, confusão mental, sonolência, alterações ou comprometimento da memória, alterações visuais, desvios ou fraquezas nas extremidades, ou alterações na maneira de andar.
Hoje existem muitos medicamentos capazes de aliviar os sintomas desse mal, que devem ser tomados sob prescrição, para não gerar dependência pelo cérebro.
As dores de cabeça são doenças tratáveis, na maioria dos casos, que não levam a maiores consequências. Ainda assim, neurocirurgiões alertam que pacientes devem ficar atentos e buscar aconselhamento médico.
Fonte: tecmundo.com