Dólar fecha semana a R$ 5,32, maior patamar desde janeiro de 2023; Ibovespa recua

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Investidores repercutem números do mercado de trabalho mais fortes do que o esperado

Dados mostram um mercado de trabalho robusto nos EUA e podem adiar corte de juros

Os principais índices do mercado financeiro brasileiro fecharam a semana no negativo em meio às expectativas de o Federal Reserve (Fed) adiar o início do corte de juros após novos dados do mercado de trabalho mostrarem resiliência na economia dos Estados Unidos

O Ibovespa encerrou o dia com perda de 1,73%, aos 120.767 pontos, o pior patamar desde novembro do ano passado. Na semana, o índice perdeu 1,09%.

O clima de cautela deu novo fôlego ao dólar, que escalou 1,44%, negociado a R$ 5,324 na venda, o valor mais alto desde janeiro de 2023. Na semana, a divisa norte-americana valorizou 1,40%.

O relatório do Departamento do Trabalho norte-americano mostrou que foram abertas 272.000 vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado, enquanto economistas consultados pela Reuters previam criação de 185.000 postos de trabalho, com as estimativas variando de 120.000 a 258.000.

Os dados, porém, incluíram um aumento na taxa de desemprego de 3,9% em abril para 4% em maio, rompendo um limite simbólico abaixo do qual a taxa de desemprego havia se mantido por 27 meses consecutivos.

Um mercado de trabalho forte tem sido uma justificativa comum entre as autoridades do Fed para se manterem cautelosas em relação à trajetória da inflação de volta à sua meta de 2%, o que também tem adiado o início de um possível ciclo de afrouxamento monetário pelo banco central dos EUA.

Ao longo do último mês, dados de emprego do setor privado e de vagas abertas, seguidos de um relatório de emprego mais fraco em abril, vinham mostrando um arrefecimento do mercado de trabalho norte-americano, ampliando as expectativas do mercado por um corte de juros no Fed em breve.

O relatório desta sexta-feira reverte essas apostas, fomentando cenário de juros mais altos por mais tempo nos EUA, uma vez que as autoridades do Fed devem reforçar sua postura agressiva na batalha contra a alta dos preços.

Campos Neto diz que não tem planos após BC

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que assim que acabar o mandato dele, datado para 31 de dezembro deste ano, vai “descansar durante um tempo”.

Ele afastou qualquer possibilidade de atuar no governo ou em iniciativa privada após deixar o cargo.

“Às vezes minha esposa vem falar ‘olha, li aqui um negócio que você vai fazer isso’. Eu sempre fico surpreendido porque eu não tenho plano nenhum.

Também nesta manhã, o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti, disse que a narrativa da divisão de votos no Comitê de Política Monetária (Copom) de maio acabou ganhando um papel muito grande.

“Apesar da divisão de votos, não existia divergência e continua não existindo no diagnóstico dessas questões tanto externas como internas”, disse.

O economista salientou que daqui para frente é preciso que o comitê reafirme o compromisso com a convergência da inflação.

Fonte:    cnnbrasil.com.br


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