Atualizada às 17h13 Polícia Civil deflagrou na manhã desta quarta-feira (1) a Operação Rip Money, que tem como objetivo mandados judiciais contra 3 investigados de direcionar mortos para empresas prestadoras de serviços funerários em Sorriso, Sinop e Lucas do Rio Verde. Os alvos são o vigilante de um hospital de Sorriso e dois donos de funerárias.
De acordo com as informações da assessoria de imprensa, a Delegacia de Sorriso começou o inquérito no ano passado, apurando a associação criminosa, corrupção ativa e passiva, além de usurpação de função pública.
Investigadores cumprem buscas domiciliares em 3 endereços, além de dar cumprimento as medidas cautelares, como o afastamento da função de vigilante e também a proibição de se aproximar dos hospitais e dos outros investigados.
Investigação
Consta que o vigilante se oferecia para encaminhar corpos de pessoas mortas nos hospitais 13 de Maio, Regional de Sorriso, Sinop e Santo Antônio para funerárias das cidades envolvidas. Ele cobrava um percentual das empresas, com quem já tinha ‘selado o acordo’.
Depoimentos coletados durante a investigação aponta que W.B.S. apresentou uma negociação com uma funerária, com percentual de 15% do valor total que a empresa cobraria para fazer o translado de um corpo fora do município. Se a pessoa morta fosse sepultada em Sorriso, então o valor cobrado seria de R$ 500.
Ao todo, ele tinha parceria com 4 funerárias, sendo duas em Lucas do Rio Verde, uma em Sorriso e outra em Sinop. Consta ainda que ele afirmava que tinha informações sobre o estado de saúde dos pacientes que estavam em UTI, em estágio terminal.
Contou ainda que “passava os óbitos” dos hospitais Santo Antônio e Regional de Sinop para uma funerária que já tinha acordo com ele. A denúncia foi feita após ele tentar negociar o com uma nova funerária, que denunciou o esquema.
Abordagem
A investigação da Delegacia de Sorriso reuniu informações que demonstram que o vigilante fez negociação de direcionamento de serviços funerários de dois pacientes que ainda vivos, sob o argumento de que ‘a família tem dinheiro’ e de que as pessoas estavam ‘desenganadas pelos médicos’.
Depois, ele explicou como deveria ser feita a aproximação das famílias em luto. Para isso, procurava se aproximar em momentos de mais sensibilidade dos familiares se passando por funcionários da Perícia Técnica Oficial (Politec-MT), a fim de ter acesso a dados pessoais e contatos telefônicos.
O investigado também disse em certa ocasião, demonstrando alegria: “pelo desespero da família aqui, acho que veio a óbito. Já vou descer lá”, ao falar como deveria ser a abordagem aos familiares de pacientes. A
Polícia Civil apurou também que dois proprietários de funerárias fizeram propostas ao vigilante para que os corpos dos hospitais públicos de Sinop fossem direcionados a suas empresas, o que caracterizou o crime de corrupção ativa.
Já o vigilante é investigado por associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e usurpação de função pública, este último por se fazer passar por servidor da Politec.
A operação tem como objetivo apreender materiais que possam reforçar a investigação e permitir à Polícia Civil identificar os agentes estatais que integram a associação criminosa.
Nome da operação
Rip é a sigla em latim para a expressão “requiescat in pace”, epitáfio que significa descanse em paz.
Após publicação do conteúdo, o Hospital Santo Antônio encaminhou nota e negou apuração divulgada pela polícia.
Assunto: operação Rip Money
O Hospital Santo Antônio esclarece que:
Não recebeu nenhuma intimação judicial, tampouco foi alvo de qualquer operação policial para investigar a associação criminosa entre vigia e prestadoras de serviços funerários;
O Hospital Santo António esclarece, ainda, que segue, rigidamente, a protocolo estabelecido para a saída de óbitos, que consiste em comunicar a familia e esta [familia] contrata os serviços funerários de sua preferência
ou plano.
Fonte: gazetadigital