Investigações da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) apontam que existem indícios suficientes para apontar que a empresa Remocenter Remoções e Serviços Médicos LTDA, investigada na Operação Hypnos, não exista fisicamente. Conforme a decisão do juiz João Bosco Soares da Silva, que autorizou a ação, no local informado pelos proprietários onde funcionaria a suposta empresa os policiais civis encontraram uma loja de imobiliária.

A Remocenter é investigada por supostamente ter recebido a quantia de R$ 1 milhão pela compra de nove mil unidades de Midazolan. No entanto, as medicações nunca entraram no estoque da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ou da Empresa Cuiabana de Serviços Públicos (ECSP). A transação bancária foi assinada pelo então secretário da pasta, Célio Rodrigues, e pelo diretor da ECSP, Eduardo Pereira Vasconcelos e, por isso, ambos foram alvos da ação policial.

O empreendimento foi registrado na Junta Comercial de Mato Grosso na avenida Miguel Sutil, bairro Lixeira, em Cuiabá.

A reportagem do jornal A Gazeta foi ao local e constatou que no local funciona a G.N.A. Soluções Imobiliárias. Em rápida conversa com um dos sócios proprietários do local, que não quis se identificar, ele informou que está com o seu empreendimento na região há aproximadamente dois anos e que no local não funciona nenhuma outra empresa de serviços médicos.

Além disso, os investigadores apontaram que existe outra empresa registrada no mesmo local. Além de Remocenter e G.N.A., a JBS Serviços Médicos também está inscrita na região.

Portanto, como demonstrado no relatório policial, a evidente inexistência de endereço físico da empresa Remocenter, bem como sem indícios da existência física da empresa, diz trecho da decisão.

Sem registro

Os investigadores também apontaram que o Conselho Regional de Farmácia informou que não consta nenhum registro da Remocenter no sistema de cadastro de empresas.

A Autoridade Policial registrou que os elementos apontados neste tópico são suficientes para concluir que a empresa Remocenter se trata de uma empresa fantasma, diz outra parte da decisão.

Fonte: gazetadigital