Deputados se reúnem com membros do MPE para tratar sobre fim do Parque Estadual Ricardo Franco

Deputados se reúnem com membros do MPE para tratar sobre fim do Parque Estadual Ricardo Franco
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O projeto de lei foi retirado de pauta na ALMT para evitar judicialização e será rediscutido com o governo

Uma reunião entre deputados estaduais e representantes do Ministério Público Estadual (MPE), na tarde dessa quarta-feira (18), pode culminar com o arquivamento do projeto de decreto legislativo (PDL) que prevê a extinção do Parque Estadual Serra de Ricardo Franco, em Vila Bela da Santíssima Trindade (520 Km de Cuiabá). O autor da matéria é o deputado estadual Valmir Moretto (Republicanos).

A proposta prevê a redução do parque de 158 mil para 38 mil hectares para garantir a exploração agropecuária e mineral.

“São propriedades particulares que já se encontraram em produção antes mesmo da criação do parque. Queremos dar andamento nas partes técnicas e legais para que isso possa se resolver”, disse o autor da matéria.

No encontro, o procurador de Justiça Luiz Alberto Esteves Scaloppe, responsável pela Procuradoria de Justiça Especializada em Defesa Ambiental e Ordem Urbanística (PJEDAOU), sugeriu que qualquer mudança relativa à reserva deva ser discutida e aprovada por um conselho consultivo com representantes dos poderes, da sociedade e do MPE.

A área de conservação foi criada em 1997, na gestão do ex-governador Dante Martins de Oliveira (in memoriam).

Scaloppe deixou clara a necessidade de se cumprir a legislação atual que prevê que a criação do Conselho e que seja realizado um estudo técnico por peritos contratados, via licitação, pela Sema.

“Os parlamentares não pretendem a extinção do parque, o que é uma bela notícia. Querem garantir a permanência local dos proprietários de terra lá instalados antes da criação da reserva por questão que dizem ser de justiça, além da demarcação do parque. Mantivemos a mesma posição do MPE há 9 anos, de criar o Conselho, nomear membros, e a Sema submeter um estudo à aprovação deste grupo”, disse.

“E, então, demandar à Assembleia Legislativa, como projeto do governo, para ser votado e, se for o caso, transformado em lei”, completou.

Também participaram da audiência os deputados Janaina Riva (MDB), Lúdio Cabral (PT), Dilmar Dal Bosco (União) e Wilson Santos (PSD), além do representante da associação dos produtores, Newton de Freitas Miotto.

“O produtor vai ganhar, o meio ambiente vai ganhar mais, porque hoje o parque é vedado para turismo, muitas belezas que não podem ser exploradas devido às falhas técnicas que precisam ser readequadas. […] As mudanças devem atender ao Código Florestal de 2008, uma vez que o decreto de 1997 não foi efetivado na prática”, disse Moretto.

Janaina Riva, presidente em exercício da Assembleia Legislativa, disse que a proposta do MPE pode vigar.

“É possível chegar a um entendimento. A AL pode ajudar com estudo e o estado precisa realizar a criação do conselho. Não é ganhar aplauso, mas fazer com que essas pessoas tenham direito à justiça e que haja preservação do parque”, explicou.

Já o deputado Wilson Santos (PSD) disse que a situação é complexa e defendeu um estudo detalhado, além do cumprimento por parte do Executivo do que prevê o decreto de criação do parque. Ele cobrou que o Governo do Estado indenize os produtores que caso precisem deixar a área após as discussões no Conselho que será criado. Porém, se posicionou contrário à extinção da unidade de conservação.

Dilmar Dal Bosco (União Brasil), líder do governo, ficou responsável por buscar uma agenda com a Casa Civil para garantir as negociações com o Governo do Estado.

Apesar de um consenso, a situação ainda deve demorar para que se tenha qualquer solução permanente, seja manutenção da área ou uma remarcação.

A princípio a proposta dos produtores seria retirar uma área de 38 mil hectares do parque para garantir a produção e evitar pagamento de multas ambientais. Porém, somente com estudo poderá ser possível identificar quem chegou após a criação do parque, quais seriam  as áreas consolidadas e outras observações, além, claro, da criação de um plano de manejo que permita a exploração para o turismo.

ROBSON FRAGA

ALMT


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