Delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Frederico Murta, afirmou que os criminosos que cavaram um túnel em direção à Penitenciária Central do Estado (PCE) em Cuiabá já estavam trabalhando submersos em esgoto, após atingirem uma galeria. Ele ainda disse que a estrutura da passagem era precária e há chances de que eles morressem soterrados caso continuassem a escavação.
Em entrevista à imprensa nesta quarta-feira (25), o delegado passou detalhes sobre a Operação Armadillo, que cumpriu mandados contra os envolvidos no planejamento e execução do plano. A escavação foi descoberta em setembro de 2022, ocasião em que foram presos os criminosos que atuavam no trabalho braçal, todos eles recrutados no Piauí.
Pelo trabalho que realizaram o delegado Frederico Murta acredita que não chegariam à PCE, como era o objetivo, e possivelmente morreriam soterrados.
“Eu creio que eles não conseguiriam por conta de questões estruturais, eu acho que aquilo ali ia acabar desabando, grandes chances de morrer todos ali dentro, mas se chegassem, com certeza, iria abrir uma porta de saída muito grande”.
A Polícia Civil acredita que os destinatários do túnel seriam os líderes da organização criminosa. Esta fase da operação, porém, mirou apenas nos que já tiveram envolvimento comprovado.
Murta ainda disse que viu semelhança com o famoso caso do assalto ao Banco Central em Fortaleza, no Ceará, ocasião em que os bandidos cavaram um túnel e conseguiram roubar aproximadamente R$ 164 milhões, mas que a qualidade do trabalho feito pelos criminosos em Mato Grosso foi inferior, sendo que já estavam escavando submersos em esgoto.
“Achamos bastante semelhante, mas a parte estrutural ficou bem aquém daquilo, assistiram muito no Netflix, porque a estrutura ali pensada, tinha assim escoras, mas eles estavam aí numa situação periclitante, atingiram uma galeria de esgoto, o túnel estava com muita dificuldade de bombear a água, eles estavam trabalhando nos últimos dias ali com parte do corpo submerso no esgoto, então acredito que eles não conseguiriam chegar e aquela estrutura tenderia a ruir a qualquer momento, poderiam todos morrer ali dentro”.
Ele ainda disse que o túnel tinha um tamanho considerável e que se alcançassem a PCE a fuga em massa seria facilitada.
A operação
Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) deflagrou na manhã desta quarta-feira (25), a Operação Armadilo, que tem como objetivo cumprir 21 ordens judiciais contra uma organização criminosa que construiu um túnel próximo da Penitenciária Central do Estado (PCE) visando à fuga em massa dos presos em setembro de 2022.
Conforme a assessoria da Polícia Civil, o túnel estava sendo construído dentro de uma casa, no Jardim Industriário e já estava com 40 metros de profundidade, rumo à PCE. Agora, as equipes cumprem 12 mandados de busca e apreensão, além de sequestro de imóvel nas cidades de Cuiabá, Rondonópolis, Salvador, na Bahia e Oeiras, no Piauí.
Além disso, 8 pessoas foram identificadas por envolvimento no planejamento e execução do plano. Eles participaram da logística do plano, recrutamento de trabalhadores – já presos anteriormente – que participaram da escavação.
Fonte: www.gazetadigital.com.br