Nelma Kodama foi a 1ª a delatora da Lava Jato e foi condenada a 18 anos de prisão em 2014
A doleira Nelma Kodama foi presa em um hotel de luxo de Portugal, na manhã desta terça-feira (19), pela Polícia Federal, sob a acusação de integrar uma quadrilha que opera no tráfico internacional de cocaína.
Ela é ex-namorada do advogado Rowles Magalhães, preso, também pela manhã, no apartamento de uma filha, em São Paulo
O advogado da doleira, Adib Abdouni, confirmou a informação ao site UOL.
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Nelma foi a primeira delatora da Lava Jato e foi condenada a 18 anos de prisão em 2014.
A nova prisão é decorrente de uma operação da Polícia Federal, intitulada Descobrimento, que pretende desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de cocaína.
As investigações começaram em fevereiro de 2021, quando um jato executivo de uma empresa portuguesa de táxi aéreo pousou em Salvador (BA), para ser abastecido.
Na ocasião, a polícia encontrou cerca de 595 kg de cocaína escondida na fuselagem.
Por meio da apreensão, os agentes identificaram a articulação de uma organização criminosa atuante no Brasil e em Portugal.
A polícia também observou que, além dos fornecedores da droga, a organização ainda era composta por mecânicos de aviação e auxiliares, transportadores e doleiros.
As medidas judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Federal de Salvador e pela Justiça portuguesa.
A Justiça brasileira, por sua vez, decretou medidas patrimoniais de apreensão, sequestro de imóveis e bloqueios de valores em contas bancárias para os investigados.
No Brasil, a polícia cumpre, ao todo, 43 mandados de busca e apreensão e sete de prisão preventiva.
Os estados onde ocorrem a ação são Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia, Pernambuco.
Já em Portugal, a Polícia Federal está trabalhando em conjunto com agentes portugueses para cumprir três mandados de busca e apreensão, além de dois de prisão preventiva, que incluem o de Nelma Kodama.
Ao UOL, o advogado Adib Abdouni informou que a defesa ainda não irá se manifestar.
O espaço segue aberto e será atualizado assim que houver novas informações.
A doleira já havia sido presa anteriormente em março de 2014, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos/Cumbica.
Na ocasião, ela tentava embarcar para Milão, na Itália, com 200 mil euros escondidos na calcinha.
Em julho de 2017, Nelma publicou uma foto em seu perfil no Instagram com vestido vermelho, sapato Chanel e a tornozeleira eletrônica.
Ela teve extinta sua pena de 15 anos de prisão que havia sido decretada na Operação Lava Jato, graças ao indulto natalino concedido no final do ano pelo ex-presidente Michel Temer (MDB-SP).
Na época da Operação Lava Jato, Nelma foi acusada de atuar em parceria com Alberto Youssef, em um esquema de lavagem de dinheiro.
Fonte: diariodecuiaba.com.br