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“Tenho a força de um boi, capacidade de dançar a noite toda e uma alegria renovada por meu casamento e trabalho”, relatou ao veículo. Tina é exemplo de uma tendência crescente de indivíduos que buscam aliar longevidade à saúde. À medida que aumenta a expectativa de vida no mundo, iniciativas buscam mapear não só os atalhos para viver mais tempo, como também – e principalmente – viver melhor. É com essa preocupação que surgem programas para quem almeja tornar-se um centenário – e com qualidade de vida
No Brasil, a Soul8 nasceu com esse objetivo, após seu fundador passar por um burnout que transformou sua relação com a própria saúde. Executivo do mercado financeiro com passagens por empresas como Mckinsey, BlackRock e HSBC, Guilherme Lima levou a sério a rotina de exercícios físicos e viu uma diferença monstruosa nos resultados.
Foi a partir daí que decidiu estudar como hábitos saudáveis contribuem para uma vida mais longa e saudável, por meio da chamada epigenética. No ano passado, ele lançou o programa de saúde integrada que combina tecnologia e profissionais multidisciplinares para membros que buscam performance e longevidade.
“Eu nunca teria conseguido alcançar o que alcancei na minha carreira se não tivesse sido pela atividade física. Depois que estudei o assunto, entendi que meu equilíbrio de atividade física criava uma boa condição metabólica, que melhorava meu sono e meu desempenho profissional”, conta o executivo.
Viver mais de 100 anos, por que não?
Um ponto de partida foi entender o segredo das Zonas Azuis, regiões do mundo onde há uma quantidade maior de centenários, associada não a apenas a fatores genéticos, mas a estilo de vida. No Brasil, o número de centenários saltou na última década. O país tinha cerca de 37,8 mil idosos acima de 100 anos, segundo os dados do Censo de 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É um aumento de 56% em relação aos dados de 2010, quando o país possuía 24,2 mil centenários.
“Embora a sobrevida tenha aumentado nos últimos anos, a qualidade de vida está caindo. As pessoas estão passando mais tempo vivas em uma cama de hospital ou numa cadeira de rodas, o que é bastante assustador”, observa Lima. Ele cita como exemplo o caso do próprio Brasil, onde a expectativa de vida é de 76 anos, mas 80% da população desenvolve algum tipo de morbidez a partir dos 60.
Uma pesquisa do banco UBS com cinco mil clientes de 10 países mostrou que, para 90% deles, saúde importava mais do que riqueza. Quando perguntados sobre qual o percentual de suas fortunas doariam para viver 10 anos a mais, a resposta foi de 32% entre aqueles com patrimônio investido entre US 1 milhão e US$ 2 milhões, e de 48% para fortunas acima de US$ 50 milhões.
Segundo Lima, entre os bilionários, a disposição para investir não só em tempo, mas em longas jornadas com qualidade de vida, é muito maior hoje em dia. Para chegar lá, na abordagem de saúde integrada, o executivo acredita que todos os pilares devem estar em equilíbrio. Ou seja, não adianta se alimentar bem, mas negligenciar a atividade física ou dormir mal.
É uma lógica que contraria os pilares da medicina tradicional, que separa as áreas do corpo humano por especialidades. Ou seja, todos os fatores para a saúde precisam estar em sintonia para garantir uma vida saudável. Mas Lima deixa um conselho: se tivesse que escolher entre nutrição, exercícios ou dormir bem, ele optaria pelo sono de qualidade. “Se você está treinando e não está dormindo, não adianta absolutamente nada, porque você preserva gordura e não cria músculo”, diz.
Fonte: infomoney.com.br