De acordo com levantamento feito pelo Instituto Datafolha, outros 63% apontaram que a alimentação foi suficiente, e 13% declararam que a quantidade de comida ficou acima do necessário.
Uma pesquisa do Instituto Datafolha realizada na semana passada aponta que quase um em cada quatro brasileiros não teve o suficiente para comer nos últimos meses. Para 24% da população, a quantidade de comida disponível em casa para alimentar a família foi inferior à que seria necessária.
Dos entrevistados, 63% apontaram que a alimentação foi suficiente, e 13% declararam que a quantidade de comida ficou acima do necessário.
O Instituto Datafolha ouviu 2.556 pessoas em 181 municípios brasileiros entre a terça (22/03) e a quarta-feira (23/03), em levantamento que tem margem de erro de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
A chamada insegurança alimentar é mais evidente entre os mais pobres, ou seja, para quem tem até dois salários mínimos (R$ 2.424) de renda familiar mensal. Desses, 35% responderam que a quantia de comida é insuficiente.
No entanto, dos entrevistados com renda mensal de dois a cinco salários mínimos (R$ 6.060), 13% também disseram que faltou comida, a mesma constatação para 6% dos que recebem entre cinco e dez salários mínimos (R$ 12.120).
Entre as regiões, o Nordeste é a que mais sofre com a insegurança alimentar: 32% das famílias. A região é seguida por Sudeste, Centro-Oeste e Norte, que empatam com 23%, e pelo Sul, com 18%.
Estagnação econômica agravou o quadro
A crise econômica, a inflação, o desemprego e a pandemia podem ser considerados fatores que aumentaram ainda mais a insegurança alimentar no Brasil. Em 2020, por exemplo, um levantamento feito pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) apontou que a pandemia de coronavírus aumentou o problema da fome no país.
Em 2018, dois anos antes do início da situação pandêmica, assim conceituada em março de 2020, a pesquisa da Rede Penssan indicou que 37% dos domicílios brasileiros estavam em situação de insegurança alimentar. Esse número subiu para 55% ao fim do primeiro ano da crise sanitária.
Entre os que perderam o emprego durante a pandemia, o número de quem considera a comida na mesa insuficiente chega a 38%. Os desocupados – que não estão em busca de trabalho – somam 28%. Os trabalhadores autônomos são 26%, e os assalariados sem registro formal, 20%.
Junto com a pandemia, o desemprego e a estagnação econômica, a inflação piorou ainda mais a situação de muitas famílias nos últimos meses.
Em números oficiais, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) concluiu que a inflação encerrou 2021 com uma variação acumulada de 10,06% em 12 meses no Brasil, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último dia 11 de janeiro.
O ano passado registrou, portanto, a maior inflação desde 2015, quando o índice fechou o ano a 10,67%, bem acima dos 4,52% que haviam sido registrados em 2020.
Fonte: msn.com\dw.com