A Comarca de Colíder (distante 650 km ao norte de Cuiabá) realizou um evento de conscientização para a sociedade local para a aplicação do Círculo de Paz nas Escolas. A finalidade é promover a dinâmica para que ela seja realizada pelos parceiros com o propósito de difundir as boas práticas. A juíza da Segunda Vara, especializada em Infância e Juventude e coordenadora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos (Cejusc), Giselda Regina Sobreira de Oliveira Andrade, anunciou que a capacitação dos parceiros como facilitadores dos Círculos de Paz menos complexos, será realizada em junho pelo Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (Nugjur). A reunião ocorreu no Tribunal do Júri.
“Conheci a Justiça Restaurativa em 2015 quando realizei curso de MBA e por meio de outros cursos que o TJMT nos ofertou, entrei em contato com o Círculo de Paz e daí surgiu à vontade de trazermos para comarca de Colíder essa ferramenta tão útil. Com este objetivo é que nos reunimos com a comunidade que nos recebeu muito bem e se dispôs a participar. Teremos nossa primeira turma de formação. Ela nos trará bons resultados. Objetivamos primeiro as escolas para que possam fazer com que as crianças aprendam a cultura da paz”, indicou a juíza Gisela.
No Círculo de Paz nas Escolas os próprios alunos abordam assuntos como a prevenção da violência, melhoria do ambiente escolar, do processo de ensino e aprendizagem, autoestima do adolescente e bullying. Participaram representantes de vários segmentos da sociedade, como: Escola Centro Saber Arco Íris; Cras; Creas; Colégio Visão; Escola Estadual Des. Milton Armando Pompeu de Barros; Escolas Municipais, Cel Antônio Paes de Barros e Fábio Ribeiro da Cruz; Conselho Tutelar; Defensoria Pública; Ministério Público; Polícia Civil e Polícia Militar (12º Cibm e 31ª Cipm); Secretarias de Assistência Social e Educação e a Guarda Mirim Municipal de Colíder.
“Nesse caso o papel da Guarda Mirim será de intermediar. Recebemos pedidos dos pais em relação ao comportamento dos filhos e de outro lado, também recebemos dos filhos. Sempre podemos ajudar. Por isso o curso será muito importante pra nós. Desta forma saberemos atuar com a família, pois não adianta desenvolver a criança e ela chegar em casa e não ter o amparo. Nosso papel será de prevenção”, disse a presidente da Guarda Mirim, Francislaine Candido de Almeida. Segundo ela o projeto social pretende a inclusão social de crianças, formando seu caráter, promovendo o civismo e instituindo o respeito à família e as pessoas.
“Será muito interessante para o Creas. De alguma forma fazermos algo assim e quando participamos da conversa com a magistrada percebemos a necessidade de nos prepararmos ainda mais. O Círculo trata diretamente de violação de Direito e muitos casos desses conseguimos apaziguar a situação. Isso contribuirá muito com nosso trabalho no Creas”, afirmou a assistente social e coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social do Brasil (Creas), Rozineide da Silva Moreira, que atende cerca de 50 famílias por mês.
“Foi algo muito positivo. Tenho entendimento de que a sociedade colidense necessita desta ferramenta e tenho uma opinião muito particular por ser facilitador dos Círculos. Em 2020 conheci os círculos de paz na ‘Semana Mundial da Justiça Restaurativa (JR)’ uma experiência de imersão única. Percebo que a cultura de paz através da JR reflete diretamente na diminuição da violência na sociedade. Por meio de políticas públicas de prevenção, com a participação de todos, creio que estamos no caminho certo”, enfatizou o gestor do Cejusc e facilitador, Rauny Viana.
Essa matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência. Foto 1: colorida. Várias pessoas sentadas no Tribunal do Pleno de Colíder e a magistrada em pé. Todas olhando um vídeo correlato ao tema sendo projetado na parede.
Ranniery Queiroz
CGJ
TJ MT