País está entre os 20 primeiros com maior número de bilionários per capita
O Brasil é um dos 20 países com maior número de bilionários per capita do mundo, de acordo com levantamento do Insider Monkey baseado em dados da Forbes. Em 18º lugar no ranking, o país tem um total de 51 pessoas com mais de US$ 1 bilhão em patrimônio.
Além da alta concentração de bilionários, o Brasil é o 14º país do mundo com maior número de pessoas com patrimônio líquido ultra-alto (mais de US$ 50 milhões), segundo o Global Wealth Report 2023, relatório anual do Credit Suisse e do UBS. Além disso, o levantamento aponta que, no ano passado, enquanto o mundo perdeu milionários, o Brasil ganhou.
No final de 2022, 59,4 milhões de pessoas tinham mais de US$ 1 milhão em todo o mundo, número 3,5 milhões menor do que no final de 2021. Por outro lado, o montante brasileiro foi de 413 mil milionários, 120 mil a mais do que em 2021 – um salto de 41%. Segundo projeções do relatório, o número deve crescer ainda mais nos próximos anos, com o Brasil atingindo 788 mil milionários em 2027.
Esses dados não revelam apenas que o Brasil tem muitas pessoas ricas, mas também que ele é um país muito desigual. Em 2022, o 1% de brasileiros mais ricos detinha 48,4% de toda a riqueza do país – em 2010, a taxa era de 40,2%. “A desigualdade de riqueza é alta na América Latina, especialmente no Brasil, onde o coeficiente de Gini de riqueza era de 88,4 em 2022, acima de 84,5 em 2000”, aponta o relatório. Quanto mais próximo de 100 na escala Gini, mais desigual um país é.
No mesmo período em que o número de milionários cresceu no Brasil, o país alcançou a taxa de um terço da população em insegurança alimentar , segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com as informações mais recentes do órgão, 21,1 milhões de brasileiros passam fome, o equivalente a quase 10% da população.
“O Brasil sempre aparece nas listas como um dos países campeões de desigualdade, e uma das métricas para mensurar essa desigualdade é justamente esse aspecto da concentração da riqueza”, aponta Jefferson Nascimento, doutor em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenador de Justiça Social e Econômica da Oxfam Brasil.
Incentivo à riqueza
Jefferson avalia que o principal aspecto que incentiva a concentração de renda no Brasil são os incentivos fiscais dados às pessoas mais ricas. O pesquisador destaca a isenção de lucros e dividendos no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), o que beneficia apenas os mais ricos.
Fonte: economia.ig.com.br