CNPq cria prêmio para estimular participação feminina na ciência

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Butantan-DV ofereceu proteção média de 64,6% dos 2 aos 6 anos de idade, de 70,6% dos 7 aos 17 anos, e de 72,8% dos 18 aos 59 ano

Resultados finais de estudos clínicos de fase 3 indicam que a candidata a vacina contra a dengue do Instituto Butantan, a Butantan DV, é capaz de proporcionar proteção duradoura e elevada contra a doença, reduzindo, em média, em 67,3% o risco de as pessoas apresentarem sintomas leves, moderados ou graves de dengue, mesmo passado um longo tempo de sua administração — em média 3,7 anos.

Os resultados, publicados na revista The Lancet Infectious Diseases, corroboram análises anteriores e favorecem o desenvolvimento da vacina para indivíduos com idade entre 2 e 59 anos, independentemente de seu histórico de infecção.

No estudo, 10.259 pessoas foram sorteadas para receber o imunizante, enquanto outras 5.947 receberam um composto inócuo (placebo). Os testes aconteceram entre fevereiro de 2016 e julho de 2019, e foram consideradas análises feitas até 13 de julho de 2021, resultando em uma média de 3,7 anos de acompanhamento.

Nesse período, o risco de dengue sintomática foi maior no grupo que recebeu placebo do que nos vacinados. A eficácia da vacina contra dengue grave foi de 89% — ou seja, quase todos aqueles efetivamente imunizados não desenvolveram a forma grave da doença.

Produzida com uma versão atenuada das quatro variedades (sorotipos) do vírus da dengue, a Butantan-DV ofereceu proteção média de 64,6% dos 2 aos 6 anos de idade, de 70,6% dos 7 aos 17 anos, e de 72,8% dos 18 aos 59 anos, sendo sua eficácia geral de 75,8% contra o sorotipo da dengue tipo 1 e de 59,7% contra o 2.

“Diferentemente do que foi observado em outros estudos de vacinas contra a dengue após um acompanhamento prolongado, não foram detectadas preocupações adicionais de segurança”, informou o Instituto Butantan. “A Butantan-DV se manteve segura para toda a faixa etária de 2 a 59 anos, tanto para quem tinha histórico de infecção prévia como para aqueles que nunca tiveram contato com o vírus.”

Os dados foram submetidos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável pela aprovação de medicamentos e alimentos no país, e o pedido de registro do imunizante já foi solicitado. Agora, está em curso o processo de escalonamento de produção e de avaliação da qualidade do imunizante. Se tudo der certo, a aprovação da Anvisa pode sair na primeira metade do próximo ano.

Em janeiro, o Ministério da Saúde incorporou o primeiro imunizante contra a dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS), destinado a jovens de 10 a 14 anos, a Qdenga, fabricada pelo laboratório japonês Takeda.

Fonte: ipea.gov.br


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