Celular chega a custar R$ 20 mil na PCE, afirma desembargador

Celular chega a custar R$ 20 mil na PCE, afirma desembargador
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Orlando Perri defendeu que todos devem passar por scanner na entrada das unidades prisionais

O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, afirmou nesta quinta-feira (17) que detentos chegam a pagar entre R$ 5 mil e R$ 20 mil por um celular dentro da PCE (Penitenciária Central do Estado).

O magistrado disse ainda que a entrada dos aparelhos não é feita somente por familiares dos detentos.

“Nós sabemos que não só os visitantes, os familiares, os amigos dos reeducandos que introduzem celulares para dentro do presídio. Lamentavelmente existe corrupção dentro do sistema prisional”.

“Eu defendo que juiz, promotor e até o governador passe por scanner. Todos devem ser vistoriados na entrada”, declarou.

Perri, que é supervisor do grupo de fiscalização e monitoramento do sistema prisional e sócio-educativo no Estado, disse que a entrada de celulares nas unidades é um problema nacional.

“Nós temos que ‘arrochar’ essa fiscalização para, se não impedir, pelo menos minimizar o quanto for possível essa entrada de celulares”, disse.

“O governador baixou um decreto proibindo a entrada de celulares dentro do sistema prisional. O que nós temos que fazer é fiscalizar [e garantir] o cumprimento desse decreto, instalar câmeras na entrada, instalar raio-x e submeter a todos que entram no sistema prisional [a eles]”, completou.

Bloqueio e operações

Após o caso das irmãs mortas em Porto Esperidião no mês de setembro, quando a ordem para execução partiu de um detento, por videochamada, o secretário estadual de Segurança Pública, César Augusto Roveri, informou que a Sesp (Secretaria de Estado de Segurança Pública) havia começado  a testar bloqueadores de sinal na PCE.

Os bloqueadores passaram por uma prova de conceito, que avalia se esse sistema funciona bem ou não e se é adequado ou não. Segundo Perri, até o momento nenhuma empresa passou no teste e a busca por uma solução continua.

“Sabemos que o Estado vem procurando alternativas existentes no país. Tenho conhecimento que a Sesp já fez umas duas ou três provas de conceitos com algumas empresas, mas lamentavelmente não foi encontrada uma solução para o bloqueio dos celulares”, afirmou.

O desembargador também citou que as unidades prisionais passam por reformas para retirada de tomadas, que possam servir de pontos de recarga para os aparelhos. Nesta semana, a Sesp deflagrou a segunda fase da Operação Raio Limpo, que apreendeu de 71 aparelhos celulares, 130 chips e porções de drogas na PCE.

Três dos celulares foram encontrados escondidos na cadeira de rodas de um preso condenado por roubo, tráfico de droga e outros crimes. Um vídeo dos policiais encontrando os aparelhos chegou a ser divulgado (veja no link ao fim da matéria).

Na primeira fase, realizada no dia 9 de outubro, já haviam sido apreendidos 47 celulares e porções de drogas.

 

 

 

Fonte: www.midianews.com.br


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