Rebaixado à segunda divisão nacional, alvinegro duela com rival que disputa sua quinta decisão estadual seguida
Em dezembro, o Palmeiras comemorava a conquista do Campeonato Brasileiro pelo segundo ano seguido e pela quinta vez nas últimas oito edições. O Santos lamentava o até então inédito rebaixamento à segunda divisão nacional, momento tratado como o mais baixo da história do clube.
Pouco mais de três meses depois, os times se encontram na decisão do Campeonato Paulista. Diante das circunstâncias, a final é encarada de maneira bem diferente pelos rivais, que iniciam a briga pelo título às 18h de domingo (31), na Vila Belmiro –sete dias depois, o duelo derradeiro ocorre na Allianz Parque.
Ambos evidentemente querem o troféu, que seria mais um na impressionante lista de triunfos recentes da formação alviverde. Mas a glória teria uma carga diferente para a aglomeração praiana, que não ergue uma taça desde o Paulista de 2016 e busca a nova glória estadual como uma espécie de trampolim de volta à normalidade.
A situação do clube continua dificílima do ponto de vista administrativo. Empossado em janeiro, o presidente Marcelo Teixeira encontrou uma dívida na casa dos R$ 700 milhões, com várias cobranças de curto prazo, e recorreu a vendas de atletas –como Marcos Leonardo, negociado com o Benfica por 18 milhões de euros (cerca de R$ 97 milhões)– por algum fôlego.
Conseguiu montar um elenco que se mostrou competitivo para a disputa estadual, apostando em jogadores como os experientes Gil e Giuliano, desprezados pelo rival Corinthians. Dirigido por Fábio Carille, o grupo obteve a segunda melhor campanha da primeira fase, antes de derrubar Portuguesa e Bragantino rumo à final.
Houve enorme dificuldade nas quartas, bem menos nas sêmis, mas a trajetória foi muito superior à dos anos anteriores, que tiveram recorrentes ameaças de rebaixamento até no próprio Paulista. O problema agora é encarar um time para o qual decidir títulos e conquistá-los tem sido rotina.
Presente em todas as decisões do torneio estadual de São Paulo desde 2020, o Palmeiras levou três dos últimos quatro troféus. Esses triunfos estão longe de ser os mais importantes da história recente, que incluem, só desde a chegada do técnico português Abel Ferreira, no fim de 2020, duas conquistas do Brasileiro e duas da Libertadores.
Atual bicampeão paulista, o Palmeiras retornou à decisão quase em piloto automático, com uma continuidade de elenco e comissão técnica sem paralelo no futebol brasileiro nesta década. Mesmo no momento de pressão do Novorizontino na etapa inicial do duelo semifinal, parecia questão de tempo para o favorito balançar a rede e cumprir seu papel.
“Nos últimos anos, tem um denominador comum, que é chegar e disputar”, afirmou Abel, ciente de que os torcedores alviverdes ficaram mal-acostumados. “Se ganha, é normal. Se perde, é fracasso. Eu não vejo assim.”
É difícil, porém, contestar a condição de favorito da equipe que busca o tri. Uma equipe hoje presidida por aquela que também é sua patrocinadora, Leila Pereira, dirigente que não tem à porta os credores que cobram Marcelo Teixeira –no ano passado, a receita líquida do clube da zona oeste paulistana foi de R$ 839 milhões.
De qualquer maneira, nesse cenário, foi o Santos que se mostrou digno de ser o desafiador da vez. Com dificuldades financeiras, com um elenco recém-formado e com nada no horizonte em 2024 além da disputa da Série B do Brasileiro –a temporada 2023 foi tão ruim que nem a classificação para a Copa do Brasil foi obtida.
“Não vou falar que é improvável”, disse o atacante Guilherme, ex-Fortaleza, um dos reforços da virada do ano, sobre a campanha que levou a formação preta e branca à decisão. “É um clube que tem muita história, vencedor, gigantesco.”
SANTOS X PALMEIRAS
18h, na Vila Belmiro, em Santos
Na TV: Record, PlayPlus, R7.com, CazéTV, TNT, Max e Paulistão Play…
Fonte: diariodecuiaba.com.br