Prisão foi pedida a Moraes pela PGR sob alegação de “prática de crimes em atos antidemocráticos”
O indígena mato-grossense José Acácio Serere Xavante foi preso no início da noite dessa segunda-feira (12), em Brasília. A ordem foi proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A prisão de 10 dias foi decretada após um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), conforme as informações publicadas nas redes sociais oficiais da Suprema Corte.
“Segundo a PGR, Serere Xavante vem se utilizando de sua posição de cacique para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito e ministros do STF”, pontuou uma das mensagens.
Nesse sentido, a Suprema Corte alegou que a prisão teve como fundamento a necessidade da garantia da ordem pública, diante da suposta prática dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
A determinação foi cumprida após o indígena sair do Palácio da Alvorada, onde passou o dia reunido com outros manifestantes e chegou a se encontrar com o presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), que foi à entrada da residência presidencial.
Mobilização
O indígena integra o grupo de manifestantes que está mobilizado em Brasília, desde que as eleições foram finalizadas e o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi declarado eleito. Os manifestantes questionam a lisura do processo eleitoral.
Nos últimos dias, Serere e outros indígenas ganharam destaque nas redes sociais, por conta de suas ações em Brasília, como os protestos realizados no Aeroporto da cidade e na porta do STF.
Em suas falas, Serere questiona a legitimidade das decisões tomadas pelo ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), inclusive defendendo a prisão de Moraes por suas ações “arbitrárias”, segundo o indígena.
No dia 6 de dezembro, o cacique protocolou uma notícia crime contra Moraes no Supremo Tribunal Militar (STM). Não há detalhes da ação no sistema judicial.
Após a prisão, a esposa de Serere gravou um vídeo pedindo a libertação do marido.
Revolta
O clima em Brasília já era tenso por conta da diplomação de Lula pelo TSE, realizada na tarde dessa segunda-feira.
Após a prisão de Serere, indígenas e não indígenas foram para a sede da Polícia Federal e cercaram o local. Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram pessoas correndo enquanto é possível ouvir barulhos que seriam de tiros.
Em outra gravação, manifestantes questionam a prisão e a polícia aplica spray de pimenta e joga bombas de efeito moral.
Outro vídeo mostra atos de vandalismo com carros sendo depredados e incendiados. Segundo relatos que circulam nas redes sociais, os responsáveis não seriam os manifestantes da mobilização que perdura há mais de 40 dias, mas sim pessoas infiltradas de outros grupos políticos (principalmente ligados ao partidarismo de esquerda) .
Fonte: olivre.com.br