Brasil produz acima da média, mas safra mundial de milho tem redução

Brasil produz acima da média, mas safra mundial de milho tem redução
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Projeções indicam produção abaixo da média nos últimos cinco anos, com queda no volume global do grão

 Mesmo com   o bom desempenho da safra brasileira de milho – que registra volume 15% superior à média dos últimos cinco anos, segundo estimativa da EarthDaily Agro, empresa de sensoriamento remoto – as projeções em diversas regiões do mundo apontam para produção abaixo da média considerando o mesmo período, provocando queda no volume global do grão. No Brasil, a safra média nos últimos cinco anos foi de 94,10 milhões de toneladas – com o maior índice de crescimento no período entre 15 países produtores avaliados pela EarthDaily Agro. Em 2022, a safra brasileira deverá atingir 108,24 milhões de toneladas, segundo a EarthDaily Agro (o USDA aponta para uma safra de 116 milhões de toneladas).

Outro grande produtor, a China, com média de 262,08 milhões de toneladas, apresenta estimativa de crescimento de 5% no período. Estados Unidos praticamente manteve a produção em relação à média – 373,93 milhões de toneladas em cinco anos, com queda de 0,1%, até o momento, mas como o ciclo ainda está no início, a estimativa deve ser reavaliada, conforme o desenvolvimento das lavouras. Já a Ucrânia registrou volume 18,7% inferior ao período – 33,36 milhões de toneladas nos últimos cinco anos, com forte impacto na safra atual, estimada em 01/08 em 26,8 milhões de toneladas, devido à guerra e aos impactos do conflito, além das condições climáticas.

O analista de safra da EarthDaily Agro, Felippe Reis, explica que os principais fatores para a queda da produção nos Estados Unidos e na Europa são as condições climáticas desfavoráveis. Ambas as regiões apresentam baixa precipitação e temperaturas acima da média, o que aumenta a evapotranspiração e, consequentemente, mantém a umidade do solo em patamar desfavorável para o desenvolvimento do milho.

“As chuvas de agosto são decisivas para o rumo da produção de milho nos EUA. Caso o volume de chuvas seja satisfatório, o aumento da umidade do solo pode permitir a recuperação das lavouras, ou, ao menos, diminuir as perdas. Mas, se a seca continuar, a quebra deverá ser ainda maior do que a atualmente estimada”, complementa. A EartDaily Agro irá realizar o Virtual Crop Tour, focado na produção de milho nos Estados Unidos, entre os dias 15 e 19 de agosto. O objetivo será avaliar as condições das lavouras para divulgar novas projeções da safra.

Para o analista, com a produção nos EUA sob risco, seria importante que a produção da Europa fosse positiva. No entanto, a forte onda de calor e seca intensa tem impactado significativamente as lavouras de milho em importantes produtores, como França, Romênia, Itália e Sérvia, por exemplo. Com isso, a redução na produção na Europa irá aumentar a necessidade de importação pelo bloco.

Na Ucrânia, o conflito com a Rússia deverá resultar em uma safra menor, principalmente devido à queda na área de cultivo do milho. A estimativa é de que a área seja de 4,5 milhões de hectares, contra 5,47 milhões de hectares no ano anterior e 4,95 milhões de hectares na média dos últimos 5 anos. Ainda há incertezas quanto ao impacto da guerra sobre a produção agrícola na Ucrânia.

Na América Latina, além do Brasil, a Argentina também revelou crescimento sobre a média dos últimos cinco anos. Com produção média de 46,26 milhões de toneladas, a expansão foi de 7% no período. A safra 2022 está estimada em 49,5 milhões de toneladas, conforme projeção da EarthDaily Agro (53 milhões para o USDA).

As estimativas de produção são realizadas por meio de imagens de satélite, que fornecem diversas informações como precipitação (diária, mensal e acumulada), umidade do solo, balanço hídrico (precipitação – evapotranspiração), temperatura, radiação solar e NDVI (índice de vigor vegetativo), entre outros. Os dados obtidos são atualizados diariamente e permitem a estimativa quase em tempo real (diário) da produtividade do milho e de diversas outras culturas.

Fonte:   portaldoagronegocio.com.br


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