Procura tão grande pelo produto brasileiro se deve a rigorosos protocolos de controle sanitário para garantir qualidade do que chega à mes
Em 2023, as exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 166,55 bilhões, o que representou um aumento de US$ 7,68 bilhões em relação ao ano anterior. Esses números da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), reforçam o quanto os alimentos do Brasil são muito bem recebidos mundo afora.
Dentro desse contexto, o Brasil ainda possui a chancela de ser líder na exportação e na produção de carne de frango para mais de 150 países, encerrando 2023 com 5,138 milhões de toneladas exportadas, conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Em dezembro, o Japão assumiu a liderança como principal destino das exportações de carne de frango do Brasil, com 55,9 mil toneladas importadas. Em seguida, a China importou 50,3 mil toneladas, Emirados Árabes Unidos, 44,3 mil toneladas, Arábia Saudita, 39,5 mil toneladas, e África do Sul, 31,2 mil toneladas.
Além da carne, os ovos produzidos nas granjas brasileiras são os queridinhos dos estrangeiros. Também em 2023, ainda segundo a ABPA, as exportações brasileiras de ovos chegaram a um total de 25,4 mil toneladas embarcadas, número que supera em 168,1% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 9,5 mil toneladas.
Para ser tão procurado por outros países em busca desses alimentos, o Brasil segue rigorosos protocolos de controle sanitário para garantir a qualidade tanto do frango quanto do ovo produzidos. Esse é um compromisso do governo federal, estados e municípios em garantir a qualidade do insumo que vai para a mesa dos brasileiros.
Todo esse processo garante ainda, segundo o próprio Mapa, que não há risco de contágio pela gripe aviária no consumo dos insumos vindos de granjas comerciais. Pois, graças a esse rigor dos governos federal, estaduais, municipais e distrital, o Brasil permanece livre da gripe aviária na produção comercial.
Frango x nutrição humana
Presente na mesa de muitas famílias mundo afora, o frango é uma proteína que reúne todos os aminoácidos essenciais que precisamos, além de ser rico em vitaminas como a E e a B12 e minerais como selênio, potássio, ferro e zinco.
Além disso, o frango auxilia na redução do colesterol e melhora a saúde da pele, cabelo e unhas. De acordo com a Embrapa, cada 100 g de peito de frango têm composição média de 31 g de proteína, 165 calorias e 3,6 g de gorduras totais. Isso significa: um ótimo alimento para a nutrição humana.
Ainda segundo estudos publicados em 2023 pela empresa, o tamanho e a importância socioeconômica da avicultura no Brasil exigem permanente atenção quanto à geração e aplicação de inovações em todas as áreas da cadeia produtiva.
Avanços nas questões relacionadas à qualidade das linhagens comerciais, da nutrição animal, da biossegurança das granjas, do manejo e controle ambiental das instalações e dos equipamentos com maior capacidade de alojamento, bem como da automação de atividades antes atendidas pelo trabalho humano, contribuem para a disponibilização de um produto de qualidade, de preço acessível e saudável que ajuda a promover a segurança alimentar.
Ovo como promotor de saúde
O ovo é o segundo alimento mais completo do mundo, ficando atrás somente do leite materno. Além de promover saciedade e ganho de massa muscular, o item contém substâncias promotoras da saúde e preventivas de doenças, o que o torna um alimento funcional para todas as idades, além de ser de baixo custo.
Entre os nutrientes dele, estão minerais (ferro, fósforo, zinco, magnésio e selênio), vitaminas (A, E, D3, ácido fólico) e carotenoides, que conferem efeito antioxidante, protegendo as células contra radicais livres, evitando o envelhecimento celular.
Quanto às proteínas, estão distribuídas em todos os componentes do ovo, sendo encontradas, na maioria, na clara e, em menor porção, na gema e na casca.
Controle
Agora, para que o alimento chegue seguro ao prato das famílias, os insumos passam por rigorosa inspeção. O processo envolve a verificação das condições sanitárias adequadas nas instalações de produção, o monitoramento do bem-estar animal, a identificação e controle de doenças animais, a rastreabilidade dos produtos e a análise de resíduos de medicamentos veterinários.
Também é feita a coleta de amostras em produtos considerados suspeitos para verificar se os produtos prontos atendem aos padrões higiênico-sanitários, de identidade e qualidade estabelecidos pelo Mapa.
Dentro dos protocolos de segurança, todos os frangos devem chegar ao abate com um documento atestado por médico veterinário. No estabelecimento de abate do Serviço de Inspeção Federal (SIF), esses documentos são avaliados, e uma amostragem dos animais é inspecionada para verificar se realmente não existem sinais clínicos que impeçam o abate para consumo.
Além disso, os antibióticos utilizados na carne de frango e no ovo têm uso restrito, controlado e monitorado, não deixando vestígios dos medicamentos nos alimentos.
Muitas pessoas ainda se questionam como as aves se desenvolvem tão rapidamente. E a resposta não está na aplicação de hormônios, que são proibidos, de acordo com o Decreto n° 76.986/1976 e a Instrução Normativa Nº 17/2004, ambos do Mapa.
O médico veterinário Ciro Carvalho afirma que o processo de crescimento se dá pela nutrição, melhoramento genético e manejo sanitário.
“A avicultura é uma das ciências que mais evoluiu no século 20 devido à introdução da biotecnologia no melhoramento genético. O frango de corte, para desenvolver o potencial genético, deve rapidamente adaptar-se a digerir uma dieta exógena, rica em energia, constituída principalmente de carboidratos”, explica.
Ou seja, 100% das aves passam por inspeção oficial para a retirada de qualquer ave imprópria para consumo.
E, como já mencionado, o Brasil permanece livre da gripe aviária na produção comercial. Contudo, vale frisar que a contaminação é feita pelo contato com saliva, mucosa e fezes de aves doentes. E o vírus da influenza aviária não resiste a temperaturas altas, ou seja, é destruído quando o alimento vai ao fogo.
De acordo com o médico infectologista e coordenador da Infectologia no Hospital DF Star, dr. Gilberto Nogueira, a virose não é transmitida pela carne de frango justamente pelo fato de que essas aves não entram na cadeia alimentar dos frigoríficos. “Além disso, passam pelo processo de preparo, cozimento ou processo da assar, o que por si só já torna o consumo da carne seguro”, reforça.
Fonte: metropoles.com