Alta deve ser puxada principalmente pelas safras de milho, que devem fechar o ano em 112 milhões de toneladas, um crescimento de 27,6% na comparação com o ano anterior
A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas deve fechar o ano de 2022 com um volume recorde de 263 milhões de toneladas, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A previsão de maio teve um aumento de 0,6% em relação à estimativa de abril, de 261,5 milhões de toneladas. Caso a projeção seja confirmada, a safra será 3,8% superior à produção registrada em 2021, de 253,2 milhões de toneladas.
A alta deste ano se deve à colheita de arroz, milho e soja. Somados, os três itens representam 91,7% da estimativa da produção e respondem por 87,4% da área a ser colhida.
As safras de milho devem puxar esse crescimento, com estimativa de produção de 112 milhões de toneladas do alimento, um aumento de 27,6% ao comparar com 2021.
“A colheita da segunda safra está começando agora e as condições climáticas são boas, especialmente em Mato Grosso e Paraná, que são os principais produtores desse grão”, disse Carlos Alfredo Guedes, pesquisador do IBGE.
O trigo também teve destaque na pesquisa de maio do Instituto, com estimativa de produção de 8,9 milhões de toneladas em 2022, com crescimento de 13,6% em relação a 2021.
Segundo Guedes, o aumento esperado tem relação com a invasão da Ucrânia pela Rússia. Os dois países são grandes exportadores do produto.
“Isso fez os produtores brasileiros expandirem as áreas de plantio. Se tiver uma boa condição climática, a produção deve ser recorde em 2022”, explicou.
A área colhida do produto deve crescer 2,1% no ano, enquanto o rendimento médio de produção por hectare deve ter aumento de 11,3%.
Mesmo assim, o pesquisador acredita que o Brasil ainda precisará importar o produto, uma vez que a produção nacional de trigo deverá ficar em 8,9 milhões de toneladas, abaixo da demanda interna de 12 milhões.
O IBGE também destaca lavouras importantes com previsão de alta na produção, como o feijão (15%), algodão herbáceo (15,2%), aveia (8,2%) e sorgo (19,2%).
Soja em queda
Já a principal lavoura do país, a soja, que está com sua colheita praticamente finalizada, deve fechar 2022 com uma produção de 118,6 milhões, 12,1% abaixo do ano anterior. O arroz também deve ter queda no ano, de 8,6%.
A queda da soja deve ocorrer em razão da quebra de safra no Paraná, devido aos efeitos da estiagem e do calor intenso.
O rendimento no estado deve apresentar queda de 39,5%, comprometendo o volume produzido, que deve ser 38,7% menor que o obtido na safra anterior.
Outras produções
Além dos cereais, leguminosas e oleaginosas, o IBGE também faz estimativas para outras safras importantes para o país, como o café, que deve crescer 7,8%, e a cana-de-açúcar, que deve ter alta de 19,2%. São esperados aumentos ainda para as safras de banana (1,6%) e laranja (2,3%).
Devem ter quedas as produções de batata-inglesa (5,1%), mandioca (2,3%), tomate (7,9%) e uva (11,8%).
Fonte: cnnbrasil.com.br\ Com informações da Agência Brasil