Um comício que reuniu milhares de apoiadores do ex-presidente Lula no centro do Rio de Janeiro foi marcado por um momento de tensão na noite desta quinta-feira (07/07) com a explosão de uma bomba caseira no perímetro do evento. O artefato foi arremessado perto do palco e, segundo vários jornalistas que acompanharam o caso, continha um líquido que cheirava a fezes.
A Polícia Militar do Rio, por sua vez, se referiu ao artefato como um “explosivo de festas juninas”. A explosão ocorreu antes da chegada de Lula ao local, que fica na Cinelândia. Após vários estampidos, a apresentadora do ato pediu calma aos apoiadores de Lula.
Participantes se afastaram imediatamente do local, mas não houve correria generalizada, segundo o jornal Folha de S.Paulo. Não houve registro de feridos. A PM afirmou que um suspeito foi preso após tentar fugir do local.
Segundo o jornal, a assessoria do ex-presidente disse que foram estourados “dois artifícios de fogos, causando barulho, jogados de fora para dentro da área do ato”, que os artefatos não “continham fezes” e que não houve registro de tumulto.
Durante seu discurso, Lula não fez referência ao incidente, mas lançou críticas ao presidente Bolsonaro. “Ele [Bolsonaro] está desesperado. São milhares de fake news enviadas para as pessoas todos os dias. É uma máquina poderosa de contar mentira. Derrotar Bolsonaro é uma questão de honra do povo brasileiro, dos que querem democracia e verdade”, disse Lula.
Além do ex-presidente, participaram do ato o companheiro de chapa de Lula, Geraldo Alckmin, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) e o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT).
Esse foi o primeiro ato em praça pública desde o lançamento da pré-campanha de Lula à presidência. No momento, o ex-presidente social-democrata lidera com grande vantagem as pesquisas de intenção de voto, aparecendo com chance de ganhar ainda no primeiro turno contra o atual ocupante do Planalto, o político de extrema direita Jair Bolsonaro.
O evento no Rio teve um forte esquema de segurança, resultando no isolamento de uma área de aproximadamente 5.000 metros quadrados, que só podia ser acessada após revista manual.
Não foi a primeira vez que a campanha de Lula foi alvo de um ataque. Em 15 de junho, vários apoiadores de Lula foram atingidos por um líquido descrito como “água de esgoto” lançado por um drone que sobrevoou um evento da pré-campanha do petista em Minas Gerais, que contou com o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD), pré-candidato ao governo mineiro. O suspeito de organizar o ataque, o agropecuarista Rodrigo Luiz Parreira, foi preso uma semana depois.
Bolsonaristas também chegaram a cercar em maio um veículo que transportava Lula em Campinas (SP). Em junho, um bolsonarista burlou o esquema de segurança do evento de lançamento das diretrizes do programa de governo da chapa Lula/Alckmin e interrompeu aos gritos o discurso do ex-presidente.
Depois desses incidentes, o comando da pré-campanha decidiu reforçar a segurança, passando a adotar detectores de metal, entre outras medidas.
Fonte: dw.com