L.J.E.S. foi atraído por Rafael Geon e Bruno Rossi, e agredido por quatro cobradores de dívidas
Após ter supostamente contratado cobradores para receber uma dívida com o empresário L.J.E.S., 31, que resultou numa sessão de chicotadas, o também empresário Rafael Geon, 34, se referiu a ele como “amigo” e “irmão”. É o que mostram prints da conversa entre os dois no WhatsApp.
O caso aconteceu no dia 4 de maio, em Cuiabá, quando L.J.E.S. foi levado do Posto Bom Clima até um terreno na Avenida Miguel Sutil, onde foi filmado sendo açoitado pelos cobradores.
Nos prints do dia 15 de maio, após L.J.E.S. enviar uma imagem a Rafael na qual comunica a declaração de falência de sua loja de joias, o empresário externa tristeza.
“Poxa, que triste. Mas é isso aí, meu amigo. Começar outro ramo, ir pra cima. Logo, logo consegue zerar tudo”, escreveu Rafael.
Em outro print, tirado da conversa do dia 17 de maio, L.J.E.S. parabeniza Rafael pelo aniversário.
“Que Deus te abençoe hoje e sempre, derramando muitas bençãos, paz, saúde e prosperidade”, deseja a L.J.E.S. ao empresário.
“Valeu, meu irmão. Graças a Deus mais um dia de vida com muita paz e correndo atrás”, respondeu Rafael.
Conforme a investigação da Polícia Civil, os cobradores foram contratados por Rafael e Bruno Rossi, 38, este último também empresário, com quem L.J.E.S. tinha outra dívida.
Depois das agressões, o pai do joalheiro foi até a Delegacia Especializada de Roubos e Furtos para denunciar o caso. Em seguida os policiais detiveram os empresários.
Porém, na ocasião, L.J.E.S. isentou Rafael e Bruno de culpa, afirmando que não os viu mais depois de ser levado do Posto Bom Clima.
Na conversa do WhatsApp, a vítima comentou sobre a situação para Rafael. “Eu fiz o que pude para livrar lá [da delegacia]. Delegado queria todo mundo preso [por] sequestro e cárcere privado”.
“Sim. Claro. Meu eu fiz nada também, né?”, respondeu Rafael.
Em depoimento à Polícia, os dois empresários negam envolvimento na agressão e disseram terem sido surpreendidos no posto com a chegada dos homens.
Contudo, segundo a Polícia Civil, ambos presenciaram a sessão de chicotadas sofrida pelo joalheiro e, posteriormente, o vídeo da tortura foi amplamente divulgado na internet.
Os cobradores, que foram identificados como Benedito Luiz Figueiredo de Campos, Guilherme Augusto Ribeiro, José Augusto de Figueiredo Ferreira e Sérgio da Silva Cordeiro, estão foragidos.
Prisão
Na quarta-feira (20), Rafael e Bruno foram presos em Cuiabá, durante a Operação Piraim, da Derf. Ambos foram localizados em suas residências, nos Bairros Alvorada e Rodoviária Parque.
Após passar por audiência de custódia na quinta-feira (21), a soltura de Rafael foi determinada pelo juiz João Bosco da Silva. Conforme os autos, o magistrado levou em consideração o fato do investigado ter um filho de 5 anos, autista, além da gravidez de sua esposa.
O empresário terá que cumprir medidas cautelares, como a proibição de se ausentar da comarca sem autorização, não poder frequentar bares, além de dever comparecer em todos os atos processuais.
Ele também não poderá mudar de casa e está proibido de fazer contato com a vítima e outros investigados.
Fonte: www.midianews.com.br