Até o dia marcado para o início da greve geral, as entidades do serviço público federal devem adotar duas estratégias para tentar viabilizar o reajuste. A primeira é estabelecer diálogo com os três Poderes. Foram solicitadas reuniões com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, com o presidente do STF, Luiz Fux, e com o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco. Os três ofícios já foram enviados. Em paralelo, as entidades vão intensificar a articulação com parlamentares da Frente do Serviço Público.
A Arko entrevistou David Lobão, coordenador geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE) e porta-voz da Fonasefe. Segundo ele, especialistas jurídicos elaboraram um estudo técnico que mostra que, até junho, é possível que o governo conceda reajuste aos servidores e que haveria espaço no orçamento para tal. O estudo também sugere que o melhor caminho para garantir o aumento de salário seria por iniciativa parlamentar. A apresentação, a que a Arko teve acesso, é assinada pelo advogado e consultor legislativo Luiz Alberto dos Santos.
“Temos ao nosso favor o ano eleitoral, em que os deputados querem se reeleger. Por isso a estratégia de jogar para dentro do Congresso a discussão em vez de focar no presidente”, explica Lobão.
De acordo com o líder sindical, o objetivo das estidades é que a mobilização supere a greve das universidades federais em 2012, que durou mais de 120 dias. “Queremos fazer a maior greve do serviço público desse país. É a primeira vez que fazemos uma mobilização propositiva. Até então todos os movimentos eram defensivos, contra reduções salariais, a reforma da previdência e a reforma administrativa”, disse.
Até que chegue a data marcada para a greve, os servidores avaliam a realização de protestos presenciais em Brasília, mas assumem que a pandemia é um dificultador.
Em reunião plenária nesta quinta-feira (27/1), as entidades que compõem o Fórum das Entidades Nacionais de Servidores Públicos Federais (Fonasefe) aprovaram indicativo de greve geral do funcionalismo federal a partir do dia 9 de março. A partir de 14 de fevereiro categorias específicas já devem fazer paralisações.
Fonte: obrasilianista.com