A Justiça Federal determinou o bloqueio das contas do cacique Damião Paridzané, que é investigado por locar áreas indígenas para criação de gado. A decisão é desta quinta-feira (17).
No documento, a juíza federal Danila Gonçalves De Almeida cita que existem provas suficientes para comprovar que os valores recebidos por Damião tinha origem do arrendamento ilegal de terras indígenas.
“Entendo haver-se reunido indícios suficientes do recebimento de valores por Damião Paridzané provenientes do arrendamento ilegal de áreas na Terra Indígena Maraiwatsede, suficientes para se acolher o pedido de sequestro de valores, razão pela qual, com fulcro nos artigos 125 a 132 do CPP, determino o bloqueio de todos os valores depositados nas contas vinculadas a Damião Paridzané”, cita o documento.
Leia também – Cacique investigado andava de SW4 e explorava terra ilegal há 5 anos
Conforme noticiou o GD, Damião foi alvo da Polícia Federal durante a deflagração da Operação Res Capta, que apura uso da área de reserva para atividade agropecuária. De acordo com as investigações, a atividade ilícita rendia cerca de R$ 900 mil para o cacique, mas a meta era que o arrendamento gerasse lucro de R$ 1,5 milhão em 2022, como consta em conversas telefônicas.
Durante a operação, a PF cumpriu o mandado de apreensão do veículo em que o cacique desfilava pela região, uma Toyota SW4 2021, que foi ‘presente’ de um dos arrendatários.
Além do cacique, o coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai), Jussielson Gonçalves Silva, foi alvo das diligências. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), ele intermediava pagamento da “locação” de pasto da terra Indígena Marãiwatséde.
Os valores arrecadados eram direcionados ao líder indígena.
Fonte: gazetadigital.com.br