De acordo com pesquisa, a maioria das empresas tem presença digital restrita às redes sociais e sites
Uma pesquisa inédita para mensurar a maturidade do marketing digital no agronegócio revelou que 73% das empresas participantes possuem algum nível de presença digital e 80% das empresas têm intenção de melhorar as estratégias digitais.
Isso porque, de acordo com a pesquisa, a maioria das empresas tem presença digital restrita às redes sociais e sites.
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Outro dado apresentado é com relação aos desafios, já que 60% dos entrevistados que atuam com marketing digital têm dificuldade em converter seus contatos em clientes, ou seja, apesar da presença online, esta atuação ainda não gera o resultado esperado.
A pesquisa Maturidade de Marketing Digital no Agronegócio foi realizada pela Formação Leadcultura, com o apoio da Agência de Marketing Digital Chá Social, Agro Resenha Podcast, o primeiro podcast do agronegócio brasileiro, INNTEQ, indústria de fertilizantes, e MX Treinamentos, empresa especializada em capacitação para vendas no agronegócio.
Fundador do Agro Resenha Podcast, sócio da empresa Leadcultura e um dos idealizadores da pesquisa, Paulo Ozaki, explica que a pesquisa tem como objetivo analisar o nível de profissionalização e de investimento em marketing digital e, assim, fomentar o desenvolvimento de estratégias para melhorar a performance do agronegócio no online.
“Essa pesquisa confirmou um dado muito interessante: apesar da forte presença na internet, as empresas ainda não sabem aproveitar este espaço para vender e isso vai na contramão da tendência. Os produtores rurais estão cada vez mais conectados, as propriedades automatizadas e há investidores do mundo inteiro de olho nessa potência que é o agro brasileiro. Está na hora das empresas abrirem os olhos para isso e ampliar sua presença de forma estratégica e direcionada no mundo digital”, explica Ozaki, que, recentemente, assumiu também a superintendência do AgriHub, um Hub de Inovação ligado ao Sistema Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso).
Ben Martin Balik, especialista em marketing digital, destaca que as empresas do agronegócio se especializaram no serviço de pós-venda, no acompanhamento in loco do cliente, mas estão deixando uma janela de oportunidades para trás ao não fincar presença no marketing digital e nas vendas online.
“Há um tabu de que o agro está preso aos meios físicos de venda. Uma coisa não exclui a outra, o fato de precisar de um pós-venda próximo, não fecha oportunidade para os canais on-line. A pesquisa mostrou, por exemplo, que menos da metade das empresas tem serviço de automação do whatsapp. Quantas vendas deixam de ser feitas porque o cliente não recebe uma resposta ou porque não encontra o contato dessa empresa no whatsapp?”.
Ainda de acordo com Balik, ao se aprofundar na pesquisa, é possível ver que as empresas ainda não sabem mensurar a presença e os resultados disso no meio digital e, com isso, não podem direcionar os investimentos de forma assertiva.
“Todos os entrevistados confirmaram investir em marketing, sendo que a maioria destina mais de 16% do faturamento, um percentual considerável. Mas é preciso direcionar esses investimentos, saber onde e como anunciar, que tipo de conteúdo produzir, para então converter o contato em cliente”.
O diretor-executivo da INNTEQ, Artur Barros, afirma que a empresa decidiu investir na pesquisa em busca de informações sobre práticas e ferramentas que vêm sendo adotadas para melhorar a eficiência e competitividade.
“Esta pesquisa pioneira representa um marco significativo para o agronegócio brasileiro, destacando sua importância e demonstrando o compromisso de impulsionar ainda mais o crescimento e desenvolvimento desse setor crucial para o PIB nacional. Os resultados da pesquisa fornecem uma visão ampla do cenário atual do agronegócio, identificando pontos fortes e oportunidades de crescimento”.
Para Mírian Xavier, da MX Treinamentos, com os dados em mãos, é possível identificar os pontos-chave para melhorar a performance das empresas tanto on quanto off line.
“Os setores de marketing e comercial ainda não conseguiram estabelecer suas metas e estratégias para as vendas on-line, não identificaram que a atuação de ambas é complementar e não excludente”.
ESPAÇOS A OCUPAR – O Chief Marketing Officer (CMO) da UPL Brasil, Renato Seraphim, ficou responsável por escrever a apresentação da pesquisa, a convite dos organizadores.
Em sua análise, Seraphim destaca alguns pontos como, a alta rotatividade no setor de marketing das empresas e os espaços que ainda precisam ser ocupados na esfera digital.
“Um dado que me preocupa é que, mesmo sabendo que o agricultor brasileiro está cada vez mais jovem e essa nova geração é ávida por tecnologia, 27% dos profissionais não utilizam nenhuma estratégia de marketing digital para interagir com os seus clientes e 15 % deles não possuem nem um simples site para apresentação da empresa”, destaca o CMO.
Outros recortes da análise de Renato Seraphim são que 40% desses profissionais não investem nada em marketing digital; 50% não utilizam estratégia de qualificação e interação com os Leads (potenciais consumidores); 60% não buscam correlação de outras ferramentas com o digital e 48% não possuem ferramenta de CRM (Customer Relationship Management), considerada essencial para gerar mais vendas.
“Embora tenhamos razões para comemorar os resultados no campo e as evoluções da participação do agro na sociedade em geral com o melhor posicionamento do setor, fico com a sensação após detalhar essa pesquisa, que temos muito o que fazer e o que melhorar. Mesmo sabendo que ainda estamos engatinhando com as técnicas de marketing digital no setor, 61% dos profissionais se consideram eficientes, o que para mim é um grande equívoco”, afirma Renato Seraphim.
PESQUISA – “Maturidade do Marketing e Vendas Digital no Agronegócio” foi realizada pela empresa de cursos on line Leadcultura, em parceria com a Agência de publicidade e estratégias de marketing CHÁ Social, Agro Resenha Podcast, MX Treinamentos e apoio da INNTEQ
. Ao todo, 248 profissionais que atuam na área de marketing de empresas do agronegócio (indústrias, revendas e demais estabelecimentos ligados ao agronegócio brasileiro) responderam à pesquisa.
As informações levantadas pela pesquisa foram apresentadas na manhã de sexta-feira (29) em um evento online, com apresentação de especialistas no assunto.
Agora, os dados serão disponibilizados às empresas participantes, imprensa e demais interessados que solicitarem aos pesquisadores.
O objetivo do levantamento, segundo Paulo Ozaki, é disponibilizar um banco de dados nacional sobre investimentos e profissionalização em marketing digital e assim contribuir para melhorar a presença do agro neste universo
Fonte: diariodecuiaba.com.br