A África do Sul, país onde a nova variante de Covid-19 foi detectada em novembro, anunciou nesta quinta-feira (30) ter superado o pico da onda causada pela Ômicron sem notar um aumento significativo nas mortes.
“Todos os indicadores sugerem que o país certamente ultrapassou o pico da quarta onda” da pandemia causada especialmente pela nova variante, muito mais contagiosa, afirmou a presidência em nota.
“Foi constatado um aumento marginal no número de mortes em todas as províncias”, acrescentou a presidência, que anunciou a suspensão de restrições como o toque de recolher noturno.
Na última semana, as novas infecções caíram quase 30% em relação à semana anterior, passando de 127.753 para 89.781. Também houve queda de internações hospitalares em oito das nove províncias.
“Embora a variante Ômicron seja altamente transmissível, as taxas de hospitalização têm sido menores do que nas ondas anteriores”, disse a presidência
Já detectada em uma centena de países, a Ômicron tem uma velocidade de transmissão maior que a Delta, mas, ao mesmo tempo, parece causar menos risco de hospitalização, de acordo com os primeiros estudos na África do Sul e no Reino Unido.
Mesmo assim, cientistas alertam que sua alta infectividade pode neutralizar essa aparente baixa virulência, causando também uma onda significativa de internações e mortes.
“A velocidade com que a quarta onda ligada à Ômicron cresceu, atingiu o pico e caiu é desconcertante. Um pico em quatro semanas e uma queda vertiginosa em duas”, tuitou Fareed Abdullah, do Conselho Sul-Africano de Pesquisa Médica.
Enquanto muitos países multiplicam suas restrições a esta variante, o governo sul-africano decidiu suspender o toque de recolher vigente entre meia-noite e 04h00 da manhã, uma exigência do setor de lazer antes da virada de ano.
Mesmo assim, a presidência alerta que “o risco de aumento de infecções continua alto, dada a forte transmissibilidade da variante Ômicron”.
A África do Sul é oficialmente o país mais atingido no continente africano, com mais de 3,4 milhões de casos e 91.000 mortes. Menos de 13 mil casos foram registrados nas últimas 24 horas, metade do pico de 26 mil alcançado nesta última onda.
Fonte: agoramt.com