O Palmeiras criou um número adequado de chances contra o Grêmio, mas pecou na hora da definição do último terço — ao menos, foi o que garantiu o técnico Abel Ferreira após o revés palestrino no Rio Grande do Sul, por 1 a 0, pela 24ª rodada do Brasileirão.
Na entrevista coletiva depois do confronto, o treinador português citou “muito volume” e “muitas oportunidades e bolas na trave” do Verdão, mas deixou claro: “era dia da bola não entrar”.
O Alviverde sofreu gol de João Pedro aos nove minutos de embate, deu adeus à sequência defensiva de oito jogos sem ser vazado e, de quebra, desperdiçou oportunidade de cortar ainda mais a vantagem do líder Botafogo na tabela de classificação da competição nacional.
“Fizemos tudo. Nos primeiros 10 minutos, entramos longe das marcações que tínhamos definido. Muito claro perceber isso. A partir dos 10, o jogo foi todo nosso. Não ganhamos porque não fomos eficientes nas oportunidades que tivemos. O Grêmio foi eficiente e por isso ganhou o jogo”, destacou Abel.
“Não ganhamos o jogo porque não fomos eficazes, ao contrário do nosso adversário. Finalizamos 18 vezes e não marcamos”, completou o técnico, elogiando a eficiência do Tricolor gaúcho perante a meta defendida por Weverton.
Confira todas as respostas de Abel Ferreira na entrevista coletiva:
Derrota para o Grêmio preocupa contra o Boca?
“O que se passa dentro do campo fica dentro do campo. O que eu vou dizer? Hoje era dia da bola não entrar. Lance do Veiga que ia fazer o gol e a bola bate nas costas do goleiro. Muito volume, oportunidades, bolas na trave. Digo sempre: o resultado tomou conta dele. Hoje, fizemos tudo. Nos primeiros 10 minutos, entramos longe das marcações que tínhamos definido. Muito claro perceber isso. A partir dos 10, o jogo foi todo nosso. Não ganhamos porque não fomos eficientes nas oportunidades que tivemos. Hoje, o Grêmio foi eficiente e por isso ganhou o jogo.”
Desempenho ameniza dor do revés?
“Se olhar para as oportunidades que criamos, ou que falhamos? Queria eu criar tanto no próximo jogo, mas não podemos falhar tanto. (Grêmio) poderia ter feito um gol em uma transição nossa. Não foi por falta de oportunidade, envolver adversário até o último terço. Volume foi muito grande para a pouca eficácia. 18 finalizações é muita coisa. Futebol é feito de eficácia e, nesse quesito, adversário foi melhor que nós.”
Projeção da partida contra o Boca
“Cada jogo tem uma história diferente, competição, adversário, contexto. Não dá para comparar. Agora foi contra o Grêmio, e depois vai ser pela Libertadores. Tudo diferente. Esse jogo já passou, parabéns ao Grêmio. Vamos nos preparar para o próximo jogo, que é uma decisão. Estamos muito felizes por estarmos nela mais uma vez e temos intenção de chegar à final.”
Desentendimento no final
“Saí (de campo) na falta que o árbitro marcou. Um minuto antes, trinta segundos, se tanto, o árbitro terminou a partida. Não houve nada. Vocês querem criar polêmica. Volto a dizer: o que se passa no campo fica dentro do campo. Lá, não falei com ninguém. Microfone tudo bem, mas se puderem tirar a câmera de perto de mim. Sempre um cara do meu lado, vendo tudo que faço. Vejam os jogadores, os lances, os árbitros. Os protagonistas estão dentro das quatro linhas. Vocês, jornalistas, têm essa responsabilidade. Grande estádio, grande gramado. Não arranjem confusões. Sei que isso dá cliques. Não sou perfeito, já disse. Achei que a arbitragem foi muito hábil. Futebol é assim.”
Perda da invencibilidade contra o Grêmio
“Se a imprensa disser que eu disse que perdemos por culpa do árbitro é mentira. Quem for por aí está sendo mal intencionado e não gosta nem do Palmeiras, nem do treinador do Palmeiras. Não ganhamos o jogo porque não fomos eficazes, ao contrário do nosso adversário. Finalizamos 18 vezes e não marcamos. Sobre o árbitro: foi hábil. Não quero falar disso. Isso não é problema meu, é da CBF. Queria que essa situação invicta continuasse por muito tempo. Não vamos ganhar sempre, temos ganhado muito e os números dizem. Hoje, o Grêmio foi muito, muito eficaz. Nos primeiros 10 minutos, não fizemos o que viemos fazer. A partir daí, dominamos e criamos, mas não fomos eficientes.”
Análise tática do Grêmio
“Não sou treinador tático, gosto de jogo organizado. Melhores treinadores do mundo fazem isso. Tática faz parte da organização. Tática, técnica, física e mental. Bom treinador não é se ganha ou se perde, é se a equipe é organizada ou não. Renato Gaúcho é um dos melhores treinadores brasileiros, maneira de jogar muito específica. Joga em um sistema que gosto, conheço. Joga com pontas declarados, atletas mais interiores do que pontas para a passagem dos laterais. Sabíamos o que tínhamos que fazer. O que gosto no futebol é quebrar linhas e receber na frente. Achei que eles foram extremamente eficientes, entrou forte no jogo, ao contrário do Palmeiras. Depois, teve tudo a ver com eficácia. Fizemos tudo que podíamos, mas faltou duas coisas no último terço: capricho e eficácia.”
Fonte: www.gazetaesportiva.com