Embora seja consenso entre os cientistas que o Sol irá morrer em aproximadamente cinco bilhões de anos, a forma como esse declínio ocorrerá dividia os especialistas. Em 2018, uma equipe internacional de astrônomos descobriu que, em vez de terminar seus dias na forma de uma nebulosa brilhante, nossa estrela mãe acabará como uma nebulosa mais fraca.
De acordo com o estudo, publicado na revista Nature Astronomy, a nuvem de poeira e gás produzida após a morte do Sol será do tipo conhecido como “nebulosa planetária”. Segundo os modelos computacionais utilizados, esse é o padrão seguido por 90% de outras estrelas que, antes desse estágio, se transformam em gigantes vermelhas e depois encolhem para se tornar anãs brancas.
Durante muito tempo, os cientistas não tinham conhecimento suficiente para afirmar que o Sol seria capaz de criar uma nebulosa planetária visível nos seus últimos dias. Isso porque sua massa era considerada muito baixa.
Como será a morte do Sol?
Conforme o astrofísico da Universidade de Manchester, Albert Zijlstra, “quando uma estrela morre, ela ejeta uma massa de gás e poeira — conhecida como envelope — para o espaço”. Tal envelope chega a ter até metade da massa da estrela que, a essa altura, estará funcionando, mas sem combustível, até se desligar completamente e morrer, diz o coautor do artigo.
Nesse momento, o calor do núcleo estelar “faz com que o envelope ejetado brilhe intensamente durante cerca de 10 mil anos”. Durante esse período astronomicamente curto, a nebulosa planetária se tornará visível até mesmo em regiões onde a estrela original seria fraca demais para ser observada.
Embora cientistas saibam há quase 30 anos que é possível calcular a distância das nebulosas apenas observando seu brilho, os modelos não batiam com a teoria. “Estrelas velhas e de baixa massa deveriam formar nebulosas planetárias muito mais fracas do que estrelas jovens e mais massivas”, afirmou Zijlstra.
A nova fórmula sobre a morte do Sol
Estrelas de baixa massa como o Sol podem formar nebulosas
No modelo criado em 2018, a função de luminosidade da nebulosa planetária funciona como um diagnóstico para estrelas intermediárias. Assim, depois que o envelope é ejetado, “as estrelas aquecem três vezes mais rápido do que os modelos mais antigos”, diz o estudo.
Isso faz com que mesmo uma estrela de baixa massa, como o Sol, consiga formar uma nebulosa planetária brilhante. Já uma estrela com massa inferior a 1,1 vez à da nossa não será capaz de produzi-la. Por outro lado, astros até três vezes mais massivos que o Sol irão produzir nebulosas mais brilhantes.
Seja como for, uma coisa é certa: antes que o Sol se transforme em uma gigante vermelha, não estaremos aqui para testemunhar, pois, daqui a um bilhão de anos, nossa estrela terá aumentado seu brilho em 10%, o bastante para extinguir toda forma de vida na Terra.
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Fonte: tecmundo.com.br