Brasil quer atrair empresas de tecnologia do Japão e de Singapura

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Inscrições para o ScaleUp in Brazi vão até junho deste ano

O programa ScaleUp in Brazil, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), recebe inscrições até junho deste ano de empresas do Japão e de Singapura que queiram abrir negócio no país. A ideia é atrair empresas de alta tecnologia que tenham interesse em escalar a venda dos seus produtos ou soluções. De acordo com a agência, as dimensões e potencialidades do mercado consumidor do Brasil são um atrativo para empresários estrangeiros.

“O objetivo não é que elas venham exportar os seus produtos e serviços aqui para que o mercado brasileiro adquira. O objetivo é que elas realmente venham se instalar aqui”, aponta Helena Bonna Brandão, Coordenadora de Investimentos da ApexBrasil. Ela explica que a busca é por países pequenos que são conhecidos como Startup Nations e que estão ranqueados no Índice de Inovação Global.

Esta é a terceira edição do programa. Segundo a ApexBrasil, a iniciativa já trouxe US$ 9,9 milhões de investimentos de empresas israelenses. Entre elas, está a AgroScout, que presta serviços de monitoramento por drones para produtores e companhias dedicadas à proteção de plantios. O ScaleUp in Brazil é feito em parceria com a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) e da Israel Trade & Investment Brazil (IT&I).

Na primeira fase, os selecionados vão ter uma visão ampla do mercado brasileiro, por exemplo, regulação para abrir um negócio, sistema bancário, entre outras informações. O passo seguinte é um ciclo de imersão presencial no Brasil, seguido por um período de ajustes e reestruturações. Todo o processo dura 18 meses e inclui também encontros e rodadas de negociação com possíveis clientes e investidores. Os participantes também recebem consultorias sobre adaptações do produto, serviço ou solução.

“É um programa de aceleração. Uma vez ela instalada aqui no país, ela vai trazer inovação, vai suprir um gap de necessidades da cadeia brasileira de tecnologia. Vai gerar novos empregos, vai trazer novas oportunidades de negócios, vai trazer também geração de renda, recolhimento de impostos para o governo, já que é uma nova empresa. Então ela se torna uma empresa brasileira. Esse é o objetivo do programa”, pontua a coordenadora da ApexBrasil.

Helena destaca que essa ambientação e apoio ao empresário estrangeiro é fundamental. “O Brasil é um mercado, um país, muito grande, com especificidades que não existem em outros países. Por exemplo, o próprio sistema tributário brasileiro, que é bem complexo. Existem tributos municipais, federais, estaduais, tributos aplicados a serviços, a produtos, e isso para um estrangeiro que quer abrir uma empresa aqui no Brasil é muito complicado”, exemplifica.

O primeiro ano do programa funcionou como um piloto com cinco empresas israelenses. A segunda edição foi totalmente online por conta da pandemia de covid-19 e dela participaram dez empresas. Na terceira edição, a ideia é atender 20 empresas. “A gente faz uma seleção bem rigorosa. A empresa realmente tem que ter interesse de internacionalização aqui para o país”, destaca Helena.

Edição: Valéria Aguiar

Camila Maciel
Agência Brasil


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