Enquanto pré-candidatos a prefeito do MDB em Mato Grosso tentam criar discursos para se aproximar do relevante eleitorado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o deputado estadual Thiago Silva, em Rondonópolis, o presidente do partido no estado, Carlos Bezerra, não esconde o desprezo pelo líder da direita e prevê sua prisão antes das eleições deste ano.
Nesta semana, Bezerra comentou o fato de as principais lideranças nacionais terem influência no pleito eleitoral de 2024 e avaliou que os problemas locais é que darão a direção no debate eleitoral. O político também mostrou empolgação com o seu “pupilo” Thiago Silva em Rondonópolis, do qual já disse que fará parte da campanha.
“A campanha do Thiago está ‘de vento em popa’. Tem marqueteiro, tem produtora e tudo certo já (…) Eleição municipal não tem nada disso (esquerda x direita), eleição municipal é outra coisa, totalmente diferente. O cara quer saber quem vai governar bem o município dele (…) Isso é balela”, afirmou o cacique emedebista.
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Questionado se a taxa de 65% de votos válidos, patamar conquistado por Bolsonaro em todo Mato Grosso e também em Rondonópolis, no segundo turno do pleito de 2022, poderia pesar na balança de apoios de pré-candidatos em 2024, Bezerra externou a previsão provocativa de que o presidente de honra do PL não terá condições de ajudar.
“Pouco, pouco (sobre influência em pleito municipal). Até a eleição ele está na cadeia, não pode vir, correto? Deve ser preso logo”, cravou Bezerra, que já atacou Bolsonaro publicamente e por diversas vezes, nos últimos anos, inclusive dizendo que o ex-presidente teria “distúrbios mentais”.
Um dos principais motivos das críticas pessoais de Bezerra contra Bolsonaro revolta, seria a demissão traumática da esposa do emedebista, a ex-deputada Teté Bezerra, que começou o governo Bolsonaro, em 2019, no comando do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur).
Na ocasião,Teté começou a organizar um jantar que custaria R$ 290 mil aos cofres públicos, inclusive com apresentação de Alceu Valença, mas o então presidente da República mandou cancelar o evento e demitir Teté.
Na época, Bezerra veio a público e chamou de “absurdo” a decisão de Bolsonaro, o classificando de paranoico e despreparado, descartando qualquer tipo de relação política entre os dois no futuro.
A declaração “anti-bolsonarista” de Bezerra também pode afetar a deputada estadual Janaina Riva (MDB), que tem se ‘bolsonarizado’ desde as eleições de 2022, quando defendeu o apoio ao ex-presidente e criticou o MDB nacional por lançar Simone Tebet (MDB-MS) como candidata à presidência da República.
Janaina tem a ambição de disputar o Senado Federal em 2026 e tem se aproximado das pautas bolsonaristas visando o eleitorado de direita para ter êxito no seu projeto político.
Fonte: gazetadigital.com.br