Político estava afastado do cargo em meio a processo de impeachment
O governador afastado do Tocantins, Mauro Carlesse, renunciou ao cargo na tarde desta sexta-feira (11) na Assembleia Legislativa do estado. A carta de denúncia foi protocolada por volta das 15h, antes do segundo turno da votação no processo de impeachment que definiria se seria aberto um tribunal misto para julgar o governador por crime de responsabilidade.
Na primeira fase da votação, os parlamentares aprovaram por unanimidade o relatório do deputado Júnior Geo, que recomendava o prosseguimento do processo.
Nas redes sociais, após a denúncia ter sido protocolada, o agora ex-governador publicou um vídeo em que confirma a renúncia. Na transmissão, Carlesse agradece à população e aos servidores do estado, mas disse que chegou ao limite por causa das acusações que vem sofrendo.
“Para mim, cheguei num limite. Um limite [em] que é insuportável um ser humano aguentar tanta mentira, tanta bagunça, como eles estão fazendo na minha vida. Estou me retirando do governo para que eles continuem esse governo, para que o estado não se prejudique mais do que está”, disse.
Na carta de renúncia, entregue pelo advogado Juvenal Klayber, Mauro Carlesse afirma que a decisão de se afastar do cargo “tem como finalidade precípua apresentar de forma tranquila e serena sua defesa junto ao Poder Judiciário em relação às injustas e inverídicas acusações que lhe foram imputadas”.
Impeachment
O pedido de impeachment, apresentado pelo advogado Evandro Araújo de Melo Júnior, foi aceito em dezembro. Carlesse, do PSL, é acusado de ter cometido crimes de responsabilidade em um esquema para recebimento de vantagens ilícitas por parte de agentes públicos nos serviços vinculados ao Plano de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Estado do Tocantins. Ele estava afastado do cargo desde outubro do ano passado, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Na sessão de quinta-feira (10) na Assembleia Legislativa, o advogado de Carlesse, Juvenal Klayber, disse que faltam provas que liguem o governador afastado aos crimes alegados. Klayber destacou o fato de o julgamento ocorrer na Assembleia Legislativa enquanto o caso ainda está em apuração no STJ.
O deputado Júnior Geo, relator do processo, reforçou que a decisão de prosseguimento do impeachment não era ainda condenatória, e que um tribunal formado por parlamentares e desembargadores ainda analisaria o mérito das denúncias.
Agora, com a renúncia, o processo perde objeto e deve ser encerrado. Com isso, o governador em exercício, Wanderlei Barbosa, assume o cargo em definitivo. Eleito vice-governador na chapa de Carlesse, Barbosa cumpriu dois mandatos de deputado estadual e foi também vereador.
Edição: Nádia Franco