Grupo com representantes da Caixa, Movimento Pró-VLT, ANPTrilhos e AEAMESP dizem que os R$ 193 milhões na conta do VLT bastariam para finalizar primeira etapa da obra
A favor do VLT: comissão visita centro de operação do modal
Uma comissão setorial fez nesta segunda-feira (8) uma visita técnica ao Centro de Controle e Operação (CCO) do VLT em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, e defendeu a retomada da obra.
A visita ocorre após o governador Mauro Mendes (DEM) anunciar, em dezembro de 2020, que substituirá as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) para a instalação do Ônibus de Trânsito Rápido (BRT) movido a eletricidade.
O objetivo do movimento é reunir especialistas no setor para que eles avaliem – diante do que já se tem concluído e adquirido para o VLT – se a retomada das obras desse modal de transporte é viável ou não.
A entidade defende que o dinheiro já disponível na conta do VLT, cerca de R$ 193 milhões, é suficiente para finalizar a primeira etapa da obra, do aeroporto de Várzea Grande até o bairro Porto, em Cuiabá. O grupo avalia também que o restante do trajeto, até o CPA e Coxipó, poderia vir com a iniciativa privada, por meio de uma parceria público-privada (PPP).
A visita contou com representantes da Caixa Econômica Federal, do ex-secretário de Mobilidade Urbana Jean Pejo, do presidente do Movimento Pró-VLT Vicente Vuolo, e de Silvia Cristina Silva, presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP).
Segundo Pejo, todas as vantagens que o governador colocou para o BRT são também do VLT. Outra vantagem apontada pelos técnicos é que cada vagão do VLT tem capacidade para 400 pessoas. Se estivesse rodando, seriam 400 mil usuários, afirmam.
BRT: o outro lado
A decisão do governador de Mato Grosso de substituir o sistema de bonde baseou-se em estudos técnicos elaborados pelo estado e por grupo técnico da Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana. Esse estudo concluiu que continuar as obras do VLT é “insustentável”, pois levaria ainda mais seis anos para sua conclusão. Já a estimativa de implantação do BRT é de até 22 meses, a partir da assinatura da ordem de serviço para início das obras.
Segundo o governo, um dos riscos de se implantar o VLT é o valor da tarifa, orçada em R$ 5,28, montante superior ao do transporte coletivo praticado na Baixada Cuiabana (R$ 4,10). Já na hipótese de instalação do BRT, a tarifa ficaria na faixa de R$ 3,04, na avaliação do executivo. Outro revés do VLT seria o subsídio governamental a ser pago para o funcionamento do modal, de R$ 23,2 milhões por ano.
Quanto ao custo de implantação, nos cálculos do governo o VLT consumiria mais R$ 763 milhões, além do R$ 1,08 bilhão já pago, enquanto o BRT está orçado em R$ 430 milhões, já com a aquisição de 54 ônibus elétricos.
O governo de MT também vai ajuizar uma ação contra o Consórcio para que as empresas que o integram paguem R$ 676 milhões pelos danos causados.
Fonte: mobilize.org