À medida que os combates se intensificam na Ucrânia, duas versões da realidade subjacente ao conflito apresentam uma divisão profunda, sem conceder qualquer fundamento à outra.
A visão mais difundida e familiar no Ocidente, particularmente nos Estados Unidos, é que a Rússia é e sempre foi um estado expansionista, e seu atual presidente, Vladimir Putin, é a personificação dessa ambição russa essencial: construir um novo império russo.
A visão oposta argumenta que as preocupações de segurança da Rússia são de fato genuínas — e que a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para o leste é vista pelos russos como direcionada contra seu país.
Putin deixou claro por muitos anos que, se continuada, a expansão provavelmente enfrentaria uma séria resistência por parte dos russos, inclusive uma ação militar. Esta perspectiva não é apenas dos russos; alguns especialistas influentes em política externa americana também compartilham dela.
Entre outros, o diretor da CIA do governo Biden, William J. Burns, vem alertando sobre o efeito provocador da expansão da Otan na Rússia desde 1995.
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