O ativista e oposicionista russo Alexei Navalny foi localizado em uma colônia penal em Kharp, no Ártico russo. A notícia foi divulgada nesta segunda-feira (25/12), após semanas de especulações sobre seu paradeiro.
“Encontramos Navalny. Ele está na colônia penal número 3, na localidade de Kharp”, anunciou a porta-voz do ativista, Kira Yarmish, na rede social X (antigo Twitter), acrescentando que Navalny “está bem” e que seu advogado visitou-o nesta segunda-feira.
Navalny, um ativista anticorrupção e adversário de Vladimir Putin, cumpre no momento pena de 19 anos de prisão. Ele foi detido pelo regime em janeiro de 2021, ao retornar à Rússia, depois de se recuperar na Alemanha de um episódio de envenenamento que, segundo ele, foi planejado pelo Kremlin.
Os parentes e colaboradores não tinham notícias de Navalny, de 47 anos, desde o início de dezembro. Kharp, uma pequena cidade de 5.000 habitantes, situa-se em Yamalia-Nenetsia, uma região remota no norte da Rússia. A localidade fica além do Círculo Polar Ártico e abriga várias colônias penais.
Um dos principais colaboradores de Navalny, Ivan Zhdanov, afirmou que esta é “uma das colônias mais remotas” da Rússia. As condições lá são “difíceis”, escreveu na rede X.
De acordo com a sentença de Navalny, o oposicionista tem de cumprir a pena em uma colônia de “regime especial”. Nessa categoria, normalmente destinada aos condenados à prisão perpétua, ou aos detentos mais perigosos, as condições de encarcermaneto são mais duras.
“Desde o início, ficou claro que as autoridades queriam isolar Alexei, especialmente antes da eleição presidencial”, prevista para março de 2024, acrescentou Zhdanov.
As transferências de um centro penitenciário para outro na Rússia podem levar várias semanas em viagens de trem, com várias etapas. E as famílias dos detentos não recebem informações durante o período.
A falta de notícias sobre Navalny gerou preocupação em vários países ocidentais e na ONU.
As atividades de Navalny e seus aliados vêm sendo sufocadas de maneira metódica pelas autoridades russas ns últimos anos, com vários de seus colaboradores sendo presos ou indo para o exílio.
Fonte: dw.com