Relatório divulgado dois dias antes da COP28 mapeia os riscos do aumento do nível do mar provocado pelo aquecimento global
Um estudo divulgado nesta terça-feira (28) por uma entidade formada por cientistas e especialistas em computação inclui o Rio de Janeiro e Santos, no litoral sul de São Paulo, em uma lista de dez cidades que podem ter 5% ou mais do seu território submersos de forma permanente até o fim do século.
O relatório divulgado dois dias antes do início da cúpula do clima da ONU, a COP28, traz um mapeamento detalhado dos potenciais danos provocados pelo aquecimento global e pelo aumento do nível do mar nas costas mais povoadas do mundo.
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O estudo foi elaborado pela Human Climate Horizons, plataforma de dados criada por uma parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Laboratório de Impacto Climático (CIL).
O CIL é uma organização sem fins lucrativos fundada por cientistas das Universidades de Chicago, Berkeley, Rutgres e do Rhodium Group, que é formada por mais de 25 cientistas climáticos, economistas, especialistas em computação, pesquisadores e analistas.
A base de dados permite ver quais lugares são mais ameaçados pelos impactos da subida do nível do mar. O mapeamento aponta que centenas de cidades altamente povoadas enfrentarão um risco crescente de inundações até meados do século.
“Isso inclui áreas que abrigam cerca de 5% da população de cidades costeiras como Santos, no Brasil, Cotonou, no Benin, e Calcutá, na Índia. Há uma previsão de que a exposição ao risco de inundações duplique para 10% dessas populações até o final do século”, diz o estudo.
Os dados revelam que a extensão das regiões costeiras com risco de inundação aumentou nos últimos 20 anos com a subida do nível do mar.
Por isso, o relatório indica que hoje 14 milhões de pessoas que vivem em comunidades costeiras pelo mundo têm uma chance de um em 20 de sofrer inundações – número que pode subir para 73 milhões de pessoas, se as emissões de gases do efeito estufa continuarem no mesmo ritmo.
Muitas regiões de baixa altitude nas costas da América Latina, da África e do Sudeste Asiático podem enfrentar uma grave ameaça de inundação permanente, “com potencial para desencadear uma reversão no desenvolvimento humano nas comunidades costeiras em todo o mundo”, diz o estudo.
Fonte: cnnbrasil.com.br